15º Ranking das Redes e Associações de Negócios da Abras mostra que as centrais
de compras se fortaleceram ao investir em profissionalização e infraestrutura
Gestão e controles mais apurados, negociações comerciais eficientes junto aos fornecedores, ampliação e melhoria das instalações dos centros de distribuição e das lojas. Essa combinação de estratégias resultou no bom desempenho das redes associativistas de supermercados, como demonstram os números do 15º Ranking de Redes e Associações de Negócios da Abras, elaborado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da entidade. Todos os anos, o estudo mapeia a atuação das redes, avanços, dificuldades e mudanças de cenário, a fim de traçar um panorama deste canal do varejo.
“Esta edição do estudo indica que o segmento das redes de negócios está amadurecendo. Em 2014, notamos maior estabilidade na estrutura das centrais e uma expansão mais pontual, mas dentro de uma perspectiva de crescimento orgânico”, analisa o consultor de Economia da Abras, Flávio Tayra. O Canal de Redes Abras Nacional (Cran), grupo dedicado ao desenvolvimento das centrais de negócios, estima que esse segmento seja formado por 140 centrais associativistas de supermercados no Brasil. Em 2015 esse universo registrou faturamento bruto de R$ 31,2 bilhões, um crescimento nominal de 11,3% e real de 4,6%.
Os índices evidenciam a força do associativismo, afinal as redes cresceram mais do que os supermercados no ano passado. Para se ter uma ideia, o autosserviço alimentar registrou crescimento nominal de 8,4% e real de 1,8%, segundo o Ranking Abras/SuperHiper 2015 (ano base 2014). Se a comparação for apenas com supermercados (lojas com dois ou mais checkouts), analisados soladamente, a expansão das redes é ainda mais expressiva, uma vez que os supermercados tiveram crescimento real em torno de 2% em 2014.
Outros indicadores das associações de negócios também apresentaram variação positiva, porém com números mais enxutos. Entre 2013 e 2014, a quantidade de check-outs aumentou 0,5%, passando de 18.598 para 18.669. A área de vendas cresceu 1,9%, passando de 2,29 milhões de m2 para 2,33 milhões de m2. Já o número de estabelecimentos caiu 3,4%, de 3.950 unidades para 3.816. “Muitas empresas optaram por ampliar lojas, transformando as unidades menores em maiores.
A partir daí, se investiu mais em check-outs”, explica o coordenador do Cran, Adeilton Feliciano do Prado. Portanto, em 2014, as redes de negócios mostraram que possuem uma estrutura mais estável e consolidada. “Mesmo em um momento que o mercado já vinha mostrando retração elas conseguiram evoluir, ganhar escala, aumentar as vendas e melhorar o relacionamento com o fornecedor”, destaca Tayra. Esse desempenho é bastante significativo, considerando que, no passado, eram mais frequentes os problemas de integração de diferentes culturas de empresas que formam as redes, por exemplo. Ao que tudo indica, agora elas vêm conseguindo equilibrar suas forças e fraquezas. “As redes estão mais conscientes de que não basta comprar em escala, mas é preciso adotar uma linha de conduta mais homogênea, pois isso proporciona vantagens reais para todos”, conclui Tayra.