Consumo no verão aumenta cerca de 40% em relação à demanda registrada no outono e inverno.
As indústrias de refrigerantes do Estado já estão se preparando para o verão, estação em que há aumento superior a 40% do consumo mensal da bebida em relação ao outono e inverno. Segundo o presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afebras), Fernando Rodrigues Bairros, as empresas precisam intensificar a produção com antecedência para ter estoque suficiente para atender à demanda.
A expectativa do presidente da Afebras é de que as temperaturas se elevem a partir de agosto, mês em que as vendas começam a ganhar fôlego. De acordo com ele, é importante estar preparado até esta época. "No inverno a comercialização cai 40% e é o momento certo para as empresas planejarem estratégias para o segundo semestre, sobretudo para o verão", afirmou.
Conforme Bairros, com o aquecimento da economia brasileira e crescimento do poder de compra das famílias, o consumo aumentou significativamente e o consumidor passou a adquirir produtos que antes eram considerados supérfluos. "Isso influenciou positivamente nos negócios das empresas de bebidas que passaram a ter maior espaço no orçamento das famílias", explicou.
Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/09 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que em seis anos a participação urbana da alimentação fora do domicílio nos gastos com alimentação subiu de um quarto (25%) para um terço (33%). Além disso, a família brasileira passou a gastar, em média, R$ 2.626,31 mil por mês, já as da região Sudeste superam o número e chegam a R$ 3.135,80, quase o dobro das famílias do Nordeste (R$ 1.700,26) que têm a menor despesa.
A Coca-Cola Femsa Minas Gerais, empresa do grupo Fomento Econômico Mexicano S/A (Femsa), com unidade em Belo Horizonte, deverá investir na instalação de uma nova linha do refrigerante a partir de setembro. Entretanto, por questões estratégicas, o valor do investimento não foi informado pela empresa. Durante o verão, a Coca-Cola registra crescimento de 40% das vendas na comparação com as estações outono e inverno.
Na Mate Couro S/A, fabricante mineira de bebidas não-alcoólicas, com sede na Capital, a expectativa é de aproveitar esses índices e aumentar o volume de vendas durante o verão. Conforme o gerente de vendas da empresa, Lazio Divino Pinto, inicialmente a empresa irá investir R$ 200 mil em ações de marketing que deverão se ampliar até o período. "A estação é benéfica para os negócios da empresa e a produção tende a crescer com o aumento da demanda", explicou.
Já na Comércio Indústria de Bebidas Áurea Ltda, fabricante dos refrigerantes Cibal, com planta em Passa Quatro, na região Sul de Minas, a preparação para a estação mais quente do ano já foi iniciada. De acordo com um dos sócios da empresa, Rafael Antônio Saullo, foi investido R$ 800 mil em um novo maquinário. "Alguns equipamentos chegaram, mas outros só irão para a fábrica em outubro", revelou.
Expansão - Conforme Saullo, quando as máquinas começarem a operar, o volume de produção deverá triplicar, bem como será criado mais um turno de trabalho. Atualmente, a empresa fabrica 400 mil litros por mês. Entretanto, ele ressaltou que o aumento da demanda está diretamente ligado à produção que pode ser elevada. "Por enquanto, não podemos pensar em elevar o número, tendo em vista que no inverno as vendas caem 10%, percentual recuperado durante o verão", explicou.
Os negócios da Frutty Refrigerantes Ltda, com planta em São Gonçalo do Sapucaí, na região Sul do Estado, também estão sendo planejados com antecedência. De acordo com o diretor-administrativo da empresa, Rogério Vilela Silva, desde o final do exercício passado são feitas inversões da ordem de R$ 800 mil em logística e na modernização dos equipamentos. "Com isso, poderemos aumentar a produtividade e reduzir os custos", avaliou.
Segundo Silva, mensalmente são produzidos 600 mil litros de refrigerante. Entretanto, para o verão, a empresa prevê aumentar um turno e elevar o volume de produção. "A alta das temperaturas é positiva para o incremento das vendas. As perspectivas são boas em virtude do aumento significativo da demanda pela bebida", afirmou.
Veículo: Diário do Comércio - MG