As principais casas de leilões do mundo venderam mais de US$ 350 milhões em vinho em 2010, um valor aproximadamente igual ou superior aos níveis de 2007, anteriores à recessão mundial. E todas atribuíram o aumento em suas vendas a compradores asiáticos ou de Hong Kong.
As vendas na Ásia foram "particularmente fortes", afirmou John Kapon, presidente e diretor de leilões da Acker Merrall & Condit, a mais antiga casa de leilões americana, fundada em 1820. A empresa declarou vendas totais de US$ 98,5 milhões em 2010. "Hong Kong já superou Nova York como maior centro mundial de leilões de vinho", acrescentou Kapon.
A Acker Merrall foi uma das primeiras casas de leilão a declarar suas vendas do ano, depois da Sotheby's, uma das mais tradicionais e antigas casas de leilões, fundada em Londres, que leiloou mais de US$ 88 milhões em vinhos finos, e a Christie's, também fundada em Londres, que anunciou ter vendido US$ 71 milhões.
O diretor da Christie's para vendas de vinho na América do Norte, Charles Curtis, vai deixar seu cargo para assumir a direção das operações da empresa em Hong Kong, a partir de janeiro.
"Na Ásia, é preciso ter uma visão com nuances do mercado. Taiwan, Hong Kong e Cingapura são compradores relativamente maduros. Mas a China continental possui todas as características de um mercado mais novo", explicou Curtis..
"Nos mercados mais novos, as pessoas tendem a focar primeiro as marcas que são top de linha", acrescentou Curtis, o que explica a alta vertiginosa das vendas de Bordeaux premier cru, como Lafite-Rothschild e Haut Brion.
Serena Sutcliffe, diretora do Departamento Internacional de Vinhos da Sotheby's, concordou com a observação de Curtis, notando que muitos dos compradores na Ásia "estão começando do zero".
"Eles se sentem atraídos pelo estilo de vida ocidental. Estão construindo casas grandes e querem uma adega. É uma parte importante da vida social e de negócios", afirmou Serena.
As vendas da Christie's foram equivalentes às de 2007, antes da recessão global.
Kapon, da Acker Merrall, disse que as vendas de US$ 63,5 milhões na Ásia feitas por sua empresa representam um crescimento de 206% em relação a 2009. Os 28 milhões restantes vendidos em Nova York representaram um aumento de 55% sobre 2009. A Sotheby's vendeu em 2010 quase o dobro do que vendeu em 2009.
Veículo: Valor Econômico