Mr. Beer cresce com aposta no mercado de cervejas especiais

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A história da Mr. Beer começa em 2009: dois amigos apreciadores de cervejas artesanais e importadas sentiam falta de um lugar onde pudessem comprar esse tipo de bebida para degustar em casa. Rede com 12 lojas e que prevê fechar o ano com quase o dobro de unidades franqueadas, a empresa trabalha com um modelo de negócio que deve disparar no Brasil, já que esse tipo de cerveja só era encontrado apenas em bares especializados e supermercados, mas com oferta limitada de rótulos. Para Rodolfo Alves, sócio da franquia Mr. Beer, o diferencial do negócio vem de um nicho que não era explorado. "Foi baseada no público que deseja adquirir essas cervejas para apreciá-las no conforto de seu lar, em casa, que a empresa foi criada, aliando o consumo doméstico à conveniência do shopping", diz.

 

O negócio começou com um pequeno quiosque no Shopping Ibirapuera, em São Paulo. Hoje a franquia conta com outras 12 unidades em São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. "Quando abrimos o primeiro quiosque ficamos surpresos com a quantidade de pessoas próximas que se interessou em abrir uma loja igual", diz. A empresa comercializa mais de 100 rótulos diferentes de cervejas nacionais e importadas, cujos preços variam de R$ 9 a R$ 240. "No ano passado inauguramos uma unidade por mês. Nossa meta para 2011 é manter esse crescimento e fechar o ano com 25 unidades", diz o executivo.

 

Para Alves, o sucesso da franquia se dá por duas razões. A primeira é a estratégia de vendas, que ele, de forma bem-humorada, classifica de "chama-marido": os quiosques, localizados nos corredores de shopping centers, funcionam como atrativo para homens que acompanham a esposa nas compras. "Nossos vendedores são treinados para explicar ao consumidor sobre as cervejas e fazer uma degustação para quem deseja conhecer os produtos antes de levá-los pra casa", diz Alves. Ele afirma que desde que a empresa começou a se expandir houve uma preocupação com os franqueados para manter o padrão de atendimento. Periodicamente, funcionários da Mr. Beer visitam as unidades da marca para fazer a reciclagem dos vendedores.

 

A outra razão para o sucesso do empreendimento é o fato de o mercado das cervejas especiais estar em ascensão no País. "Aos poucos, o brasileiro está percebendo que o mundo das cervejas gourmet é tão rico quanto o dos vinhos: cada uma possui um copo adequado e pode ser harmonizada com diferentes tipos de comida", explica.

 

Como exemplo, Alves cita as famosas cervejas trapistas, de origem belga, cujas garrafas podem variar de R$ 200 a R$ 400. "São cervejas produzidas de forma artesanal pelos monges trapistas, da Bélgica. Há poucos produtores no mundo. A denominação de origem é controlada, como acontece com os produtores de champagne, o que faz dela uma bebida tão sofisticada quanto."

 

Alves diz que este mercado tem ganhado fôlego no País nos últimos três anos, passando de 2% do total de cervejas vendidas em 2006 para 5% em 2010. A expectativa é de que em 2011 este número chegue a 8%. "Contudo, ainda é um resultado pouco expressivo comparado ao de Estados Unidos, Europa e países da América Latina, como a Argentina, onde este mercado pode chegar a 20%", afirma.

 

Ele explica que a diferença entre as cervejas especiais ou gourmet é que são produzidas de forma artesanal, com cereais maltados e sem conservantes. Nas cervejas tipo pilsen - as mais comumente consumidas no País - costumam receber milho e arroz em sua composição, ingredientes mais baratos e que ajudam a ganhar escala, mas que podem afetar a qualidade da bebida.

 

"Embora a maior cervejaria do mundo seja nacional, o brasileiro ainda vê a cerveja como um produto associado à praia e às propagandas machistas, o que dificulta a expansão deste mercado. Porém, aos poucos essa percepção está mudando", diz.

 

O público da franquia é formado por pessoas entre 25 e 45 anos, em geral de poder aquisitivo mais elevado, com interesse em gastronomia e que faz viagens internacionais. Porém, uma tendência que vem ganhando força é o consumo-presente, com vendas acima das expectativas em datas como Natal e Dia dos Pais. "Ao invés de dar uma gravata, alguns clientes preferem presentear com um kit de cerveja importada e copos, que pode ser tão sofisticado quanto garrafas de vinho ou champanhe. Um presente que não tem como não usar".

 

Mercado

 

Segundo dados da Associação Brasileira de Franchisig, os resultados positivos das franquias no último ano se deram graças ao crescimento do consumo das classes emergentes e às parcerias com o governo federal. A expectativa de crescimento para o setor em 2011 é de 15% a mais no faturamento, de 8% em novas redes e de 12% em número de unidades (totalizando quase 100 mil).

 

Veículo: DCI


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