A Bebidas Fruki, de Lajeado (RS), prepara um pacote de investimentos que inclui a construção de uma fábrica de sucos, chás, isotônicos e bebidas vitaminadas e energéticas, a ampliação da matriz onde hoje produz somente refrigerantes, água mineral e um repositor energético e ainda a implantação de um centro de distribuição próprio. O pacote soma R$ 60 milhões do início de 2012 até meados de 2014.
O plano é diversificar o portfólio e aumentar a fatia no mercado gaúcho de refrigerantes, que é de 12%, conforme o diretor-presidente Nelson Eggers. Ele aposta nas "bebidas saudáveis".
A expansão da matriz pretende desafogar as linhas de refrigerantes e de água mineral em embalagens PET, que no verão já operam no teto da capacidade e serão ampliadas em 100% e 50%, respectivamente, até 2014. As linhas de refrigerante em lata e em garrafas de vidro e de garrafões de água têm espaço para aumentar os volumes. A produção do repositor energético será transferida à nova unidade.
Eggers diz que o tamanho da nova fábrica ainda não está definido, mas estima um aporte de R$ 30 milhões e está procurando uma área de 20 hectares a no máximo 30 km de distância Lajeado, que fica a 120 km de Porto Alegre. O empresário tem recebido romarias de prefeitos da região oferecendo benefícios fiscais e infraestrutura, mas a escolha ainda não foi feita. A construção deve começar no segundo semestre de 2012 e durar um ano.
A Fruki é capaz de produzir 300 milhões de litros por ano em Lajeado. Neste ano a produção deve somar 178 milhões de litros, ante 165 milhões em 2010. A empresa prevê uma receita bruta de R$ 160 milhões em 2011, frente aos R$ 139,1 milhões de 2010. A diferença entre a alta do faturamento (15%) e da produção física (8%) em 2011 deve-se aos reajustes feitos para cobrir os aumentos de custos.
O novo centro de distribuição ficará em Canoas, ao lado de Porto Alegre. A inauguração é esperada para agosto de 2012. Segundo Eggers, o prédio terá de 10 mil a 11 mil metros quadrados na primeira fase (com possibilidade de expansão para 15 mil) e vai substituir o centro de distribuição alugado em Cachoeirinha, municipio vizinho à capital. O local será a base dos 500 vendedores e da frota própria, que inclui 54 caminhões, 60 automóveis e 260 motos.
No fim de abril deste ano a empresa também recebeu uma ajuda involuntária do craque inglês de futebol David Beckham, fotografado com uma lata de guaraná Fruki na mão quando deixava um restaurante de comida brasileira em Venice Beach, na Califórnia. A imagem circulou pela internet e desde então a Fruki passou a receber diversas propostas para franquear a produção em outros Estados brasileiros, disse o diretor-presidente.
"Nosso guaraná passou a ser visto como produto de primeira linha", diz Eggers. A empresa contratou uma consultoria para desenvolver um modelo de negócio de franquia, mas por enquanto não há prazos estabelecidos para a operação. O certo é que os eventuais franqueados serão do Paraná para cima, porque o plano futuro da Fruki é ingressar em Santa Catarina a partir do Rio Grande do Sul.
Conforme Eggers, parte dos investimentos até 2014 será bancada com caixa própria e parte com financiamentos. No fim de 2010 a Fruki apresentava uma dívida financeira líquida de apenas R$ 2,9 milhões.
Veículo: Valor Econômico