Não-alcoólico puxa resultado da AmBev

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07/11/2008
  

  
As vendas de bebidas não-alcoólicas no Brasil e as operações da cervejaria Quinsa na América do Sul puxaram os resultados da AmBev no terceiro trimestre deste ano, período em que a companhia obteve lucro líquido de R$ 949 milhões, uma alta de 60,9% em relação a igual intervalo de 2007. A valorização do dólar também ajudou bastante nos ganhos da cervejaria, que espera passar sem grandes sobressaltos pela crise financeira internacional. 

 

Historicamente mais importante para os resultados da AmBev, o segmento brasileiro de cervejas não manteve o desempenho. Entre julho e setembro, o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) dessa operação cresceu apenas R$ 27,9 milhões em relação ao mesmo período de 2007, enquanto que o segmento "RefrigeNanc" (refrigerantes, não-alcoólicos e carbonatados) avançou R$ 84 milhões no mesmo período de comparação. Já a Quinsa mostrou aumento de R$ 46,6 milhões. 

 


O desempenho é justificado pelo maior volume de venda desses segmentos. No caso do RefrigeNanc, foram comercializados 6,16 milhões de hectolitros, uma alta de 14,8% em um ano. As operações da Quinsa registraram vendas de 7,34 milhões de hectolitros, um acréscimo de 12,9%. Para se ter uma idéia, o segmento de cervejas no Brasil mostrou avanço de apenas 1,1%, de acordo com a AmBev. 

 

A companhia mostrou redução no Ebitda em suas operações na América do Norte e na América Hispânica (excluindo as operações da Quinsa). No frigir dos ovos, o Ebitda consolidado somou R$ 2,033 bilhões, uma alta de 6,4% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, desempenho considerado "razoável" pelo gerente de Relações com Investidores da AmBev, Michael Findlay. 

 

Segundo ele, o desempenho operacional da companhia, que pode ser medido pelo Ebitda, foi "sólido", considerando o momento econômico, em que muitas empresas não conseguem crescer. 

 

A alta do dólar gerou um lucro líquido de R$ 298,4 milhões, pois elevou substancialmente o valor em reais dos investimentos no exterior. Ele ressaltou, no entanto, que trata-se apenas de um ganho contábil, sem efeito no caixa. "Em muitos países, a contabilidade nem coloca esse tipo de ganho na linha final", esclareceu Findlay. 

 

Findlay afirmou que a AmBev está atenta à crise, mas que não não acredita em muitos solavancos nos negócios em 2009. "Como todo mundo, estamos sendo conservadores, mas a indústria de bebidas historicamente sofre menos que as outras em momentos de recessão", disse. 

 

Veículo: Valor Economico


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