Na terra do chope, vinho ganha mercado

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Restaurantes, casas especializadas e supermercados de Ribeirão Preto veem crescimento do consumo da bebida

Atendendo à demanda, bistrô cria confraria do vinho e até restaurante japonês oferece a bebida em seu cardápio

Na terra do chope, o vinho vem ganhando espaço em restaurantes, casas especializadas e supermercados de Ribeirão. A tendência contraria a ideia de que a bebida só cai bem em cidades com temperaturas mais baixas.

Conhecida nacionalmente por suas choperias -em especial a Pinguim-, a cidade tem visto a ampliação das importadoras, de supermercados com consultores de vinho e de restaurantes que investem na harmonização da comida com a bebida -até uma casa japonesa adotou a prática.

As revendedoras de vinho falam que o mercado cresce 15% ao ano em Ribeirão.

O Flor de Sal Bistrô criou há um ano uma confraria do vinho com o objetivo de fomentar o consumo entre os clientes da casa.

Desde então, segundo o chef e proprietário Tiago Caparroz, o número de clientes vem crescendo inclusive de segunda a quinta-feira -dias com menos movimento. Há um ano, o número de couvert vendido era de 15 por noite. Hoje passou a 45. Desses, 90% frequentam o bistrô nos dias de confraria.

VINHO E SUSHI

Até um restaurante japonês, o Mirai, tem investido no vinho. Suely Hayashida, uma das proprietárias, descobriu a demanda por vinhos há dois anos. A casa conta com um cardápio especial, com dados sobre cada garrafa.

O aumento do consumo pode ser constatado com os resultados das importações da ribeirão-pretana Mercovino: desde que começou a comprar produtos do exterior, em 2005, as vendas crescem 15% ao ano.

"Começamos como uma distribuidora, mas dois anos depois passamos a importar por causa do potencial de consumo", afirmou a gerente Andrea Biagi Nalini.

Na World Wine, o acesso a diferentes rótulos de vinho se dá, principalmente, no "bota-fora" anual que já ficou famoso em Ribeirão.

'DEMOCRATIZAÇÃO'

Segundo Juliana La Pastina, gerente de marketing, embora a intenção seja a de trocar o estoque, a ação ajuda a "democratizar" o consumo. "Vinhos ainda são muito caros, o que é um grande entrave para o consumo", afirmou o chef Caparroz.

Em todo o país, a importação de vinhos cresceu 3%, de acordo com o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho): foram 77,6 milhões de vinhos estrangeiros no ano passado, ante 75,3 milhões em 2010.

Apesar do aumento do consumo de vinho, o chope e a cerveja continuam sendo as bebidas mais populares de bares e restaurantes.


Veículo: Folha de S.Paulo


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