Coca-Cola investe na Índia e acirra disputa com a Pepsi

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A Coca-Cola decidiu acirrar a guerra das bebidas na Índia, ao anunciar um investimento de US$ 3 bilhões, para ajudá-la a avançar sobre a PepsiCo em um dos poucos países em que perde para sua rival.

Maior empresa mundial de bebidas em termos de receita, a Coca-Cola informou que vai distribuir esse investimento ao longo dos próximos oito anos. A medida marca uma intensificação do comprometimento da empresa em relação à Índia. O valor substitui o planejado no ano passado, de investir US$ 2 bilhões em cinco anos, quantia equivalente à aplicada pela empresa no país de 1993 a 2011.

Muhtar Kent, principal executivo da Coca-Cola, disse: "Nossos investimentos em curso na Índia se concentram em gerar inovação, em parcerias e também numa linha de produtos que amplie a experiência do consumidor e que consolide fidelidade à marca para criar crescimento de longo prazo".

As empresas de refrigerantes aumentam seus gastos nos mercados emergentes num momento em que o consumo de bebidas gasosas cai rapidamente nos Estados Unidos. Em 2011, a Coca-Cola revelou que investiria US$ 4 bilhões na China em três anos e, neste mês, ela se tornou uma das primeiras empresas ocidentais a planejar investimentos em Mianmar.

A Coca-Cola e a Pepsi travam uma disputa pela hegemonia no mercado de bebidas gasosas na Índia, com a Coca-Cola respondendo por 56% das vendas, comparativamente aos 40% da Pepsi, segundo dados do boletim setorial "Beverage Digest". No entanto, a participação de mercado da principal marca da Pepsi é quase o dobro da Coca-Cola no país, segundo a empresa de pesquisa Euromonitor.

Em 2008, a Pepsi anunciou um investimento de US$ 500 milhões em três anos na Índia.

As empresas de produtos de consumo vêm se mostrando otimistas com relação à Índia devido às dimensões, à juventude de sua população e ao rápido crescimento de sua economia. No entanto, analistas da Bernstein Research disseram recentemente que as margens de lucro estão encolhendo no país por conta da intensificação dos esforços das empresas locais para proteger sua área de influência e pelos gastos com distribuição fora das cidades.

A Coca-Cola tem um histórico pontuado por lacunas na Índia. A empresa saiu do mercado indiano em 1977, quando o governo exigiu que ela operasse com um parceiro indiano e compartilhasse com ele sua fórmula secreta. O grupo americano reingressou na Índia em 1993, quando a Pepsi tinha conquistado uma vantagem, ao ter-se lançado, anos antes, numa joint-venture com empresas locais.

Preocupações na área da saúde e de ordem ambiental também impuseram obstáculos. Em 2005, a Coca-Cola foi criticada na Índia por contribuir para aumentar a escassez de água.



Veículo: Valor Econômico


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