Luta pela APB sofre uma guinada

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A luta pelo controle da Asia Pacific Breweries sofreu mais uma guinada ontem, após a cervejaria tailandesa Thai Beverage (ThaiBev) ter dito que uma parte não identificada que atuava como sua aliada estava estudando a possibilidade de fazer uma oferta integral pela Fraser and Neave (F&N).

A cervejaria holandesa Heineken está em briga com a ThaiBev, com ações negociadas na Bolsa de Cingapura e a maior cervejaria da Tailândia, em torno da APB, numa batalha complexa na qual a sobrevivência da F&N como empresa independente pode influenciar o sucesso ou não da Heineken em conquistar a APB.

O conselho de administração da F&N já recomendou aos acionistas a oferta da Heineken (53 dólares de Cingapura por ação), por 39,7% da F&N no capital da APB.

A ThaiBev é a maior acionista isolada da F&N, com 29% - pouco menos que a barreira dos 30%, que desencadearia uma oferta integral pela F&N, segundo as da bolsa de Cingapura. O controle total desbarataria planos da Heineken e poderia levar à divisão da F&N.

Por volta das 2 horas da manhã de ontem a ThaiBev divulgou nota em que dizia que "uma parte que age de forma orquestrada com a empresa está explorando a possibilidade de fazer uma oferta pela F&N", sem identificar qual seria essa parte. A ThaiBev disse que "não busca financiamento para uma potencial oferta geral pela F&N".

A cervejaria tailandesa também revelou que vinha tentando "obter propostas de renegociação" para o empréstimo de 2,8 bilhões de dólares de Cingapura que contraiu em agosto.

O crédito foi fornecido por HSBC, Standard Chartered e Sumitomo Mitsui Banking Corporation. O dinheiro foi empregado para financiar a compra de uma fatia de 22% adquirida pela ThaiBev na F&N em julho, das mãos do Overseas-Chinese Banking Corporation e outras partes afins.

A ThaiBev fabrica a cerveja Chang, a mais vendida na Tailândia, mas acredita-se que seu fundador e acionista controlador, o bilionário empresário Charoen Sirivadhanabhakdi, também quer expandir os negócios imobiliários da mantenedora da ThaiBev, possivelmente por meio da aquisição da carteira de imóveis da F&N. A F&N também tem uma divisão de grande porte de bebidas não alcoólicas no Sudeste Asiático, principalmente em Cingapura e na Malásia.

Analistas questionaram se a ThaiBev tem musculatura financeira suficiente para preparar uma tomada de controle da F&N sem recorrer à sua mantenedora, a empresa de capital fechado TCC Group, de Charoen.

A reunião em que os acionistas da F&N porão em votação a oferta da Heineken será no dia 28.

A Heineken disse prever que a transação será concluída até 15 de dezembro, no máximo.



Veículo: Valor Econômico


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