Grupo investiu US$ 414 milhões na aquisição de grupo jamaicano. A empreitada segue estratégia da companhia de diversificar operações
O grupo Campari anunciou a aquisição de 81,4% da Lascelles deMercado, grupo jamaicano com forte presença no mercado de rum. Com a compra, cujo valor fechado foi de US$ 414,75 milhões, a Campari adicionou ao seu portfólio de produtos as marcas Appleton, Appleton Special, Appleton White, Wray & Nephew e Coruba e entrou no mercado dessa bebida.
“Com a aquisição da Lascelles deMercado, estamos mais uma vez alavancando nosso quadro de aquisições de maneira muito disciplinada e consistente para o crescimento futuro”, afirmou Bob Kunze-Concewitz, CEO do grupo, em coletiva.
A atuação do grupo italiano vem crescendo ferozmente a cada ano, graças em parte, às aquisições. Em 2009, a companhia adquiriu a Wild Turkey, marca de whisky bourbon nos Estados Unidos. No ano seguinte, o grupo levou as marcas Carolins— licor irlandês, Frangelico — licor e Irish Mist — whisky, por US$ 161 bilhões.
No ano passado, a companhia comprou a distribuidora russa Vasco International e a cachaça Sagatiba, esta última por US$ 26 milhões. Entre 1995 até agora, a empresa já integrou ao seu portfólio cerca de 39 marcas. Os investimentos resultaram em vendas de US$ 1,6 bilhão no ano passado.
Segundo o CEO, as novas aquisições contribuirão para que a Campari fortaleça ainda mais sua presença nos mercados da América do Norte e Central, incluindo a Jamaica. “Assim que concluída, a aquisição dará um novo impulso para a internacionalização do Grupo Campari, ampliando ainda mais o nosso negócio fora da Itália”, afirmou.
No Brasil, o impacto da aquisição deve ser pouco sentido, uma vez que por ser à base de cana-de-açúcar, o rum não é tão popular como a cachaça, por exemplo. Além disso, a maior parte da bebida é importada de grandes produtores internacionais como a Bacardi.
Dados da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), apontam que cerca de 12 milhões de litros da bebida são produzidos e comercializados no país anualmente. Quando se trata de cachaça, o universo engloba mais de cinco mil marcas e aproximadamente 30 mil empresas. Juntas elas produzem cerca de 1,3 bilhão de litros, segundo o Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Aguardente de Cana, Caninha ou Cachaça (PBDAC). “Quando se fala de destilados no Brasil, além da cachaça, o consumo se concentra também na vodka. O rum é menos popular”, explica Silvio Laban, professor coordenados de MBA do Insper.
Veículo: Brasil Econômico