Schincariol vira Brasil Kirin e terá novas marcas

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Empresa comprada há um ano pela japonesa Kirin deverá entrar em mercados em que ainda não atua, como o de bebidas funcionais


O nome da família Schincariol aos poucos está sendo desvinculado da cervejaria, vendida no ano passado para a japonesa Kirin. O primeiro passo foi dado ontem, quando o novo presidente da empresa, Gino di Domenico, anunciou o novo nome da companhia: Brasil Kirin. Produtos como a cerveja Nova Schin não sofrerão mudanças. Mas a empresa deixou claro que quer ter "marcas aspiracionais", que despertem o desejo do consumidor, para disputar mercado com suas concorrentes.

"A Kirin tem muitas marcas lá fora e podemos trazer alguma para cá. Também podemos criar uma nova, aqui dentro. Mas, antes de definir o que fazer, precisamos entender os consumidores brasileiros e o que eles querem", afirmou Domenico ontem, em entrevista para anunciar a nova marca corporativa da empresa.

Ele declarou que a empresa está deixando de ser uma companhia meramente industrial para ser uma companhia que olha para o consumidor. Domenico acrescentou que, se for preciso, marcas serão eliminadas. "Já cortamos durante este ano 25% do portfólio da empresa, eliminando produtos. Até agora, nenhuma marca foi eliminada, mas sempre há a possibilidade", disse. A empresa também quer lançar novos produtos em setores que ainda não atua, dentro do segmento de bebidas. "Produtos ligados ao conceito de saúde e funcionalidade", explicou.

Nova Schin. O novo nome da companhia será comunicado ao consumidor a partir de 25 de novembro, por meio de uma campanha em mídia impressa e TV. "A mudança de nome faz todo o sentido, pois agora a empresa é internacional e precisa ter um nome internacional", disse o especialista em mercado de bebidas Adalberto Viviani.

O problema, segundo ele, é a marca Nova Schin. "A empresa tem um problema semelhante ao da Heineken, com a Kaiser: Nova Schin é uma marca fraca, mas o volume de vendas é grande. A diferença é que a Heineken tem uma marca internacional forte que pode ser usada no combate por espaço no mercado. A Kirin não tem."

Dívidas. A mudança de nome, segundo Domenico, não implica em nova razão social. As dívidas da Schincariol, por exemplo, continuam com a Brasil Kirin. "Hoje, nosso endividamento é baixo, entre 1,2 ou 1,3 vez o Ebitda previsto para este ano." A empresa quer fechar 2012 com lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização de R$ 550 milhões - 83% mais que o total de R$ 300 milhões de 2011.

Domenico diz que este ano o faturamento da companhia deve crescer 12%. As despesas de compras devem cair 5%, uma vez que agora os processos são feitos em conjunto com a Kirin Internacional e há um ganho em escala.

As vendas, segundo José Francischinelli, diretor financeiro e de planejamento da Brasil Kirin, também melhoraram. "As vendas de cerveja já cresceram 9%", afirmou ele. A empresa, porém, ainda precisa melhorar sua distribuição. Segundo Domenico, de aproximadamente 1 milhão de pontos de venda no País, a companhia chega a 600 mil.



Veículo: O Estado de S.Paulo



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