O Grupo Petrópolis, mais conhecido por suas marcas Itaipava, Crystal e Petra, orienta sua estratégia futura para um negócio mais diversificado, em especial, reforçando os itens não alcoólicos. A empresa, que hoje conta com dez marcas no portfólio, das quais oito são bebidas alcoólicas, anunciou ontem sua entrada no segmento de isotônicos, com a marca Ironage. Em 2013, planeja entrar em duas novas categorias nas quais ainda não está presente para garantir participação num mercado que movimenta R$ 85,4 bilhões - os refrigerantes representam 57,1% do total.
O grupo investiu R$ 3 milhões no desenvolvimento do produto e na pesquisa do segmento de isotônicos para disputar um mercado de 161 milhões de litros e faturamento de R$ 800 milhões anuais, que cresce, em média, 13% ao ano.
Ironage chega às prateleiras no começo de dezembro, em quatro sabores, para disputar espaço com gigantes do setor. As marcas de bebidas esportivas concorrentes são Gatorade (da PepsiCo), que tem 70% de participação de mercado e os vice-líderes I9, com 15,1%, e Powerade, com 9,9%, ambas marcas da Coca-Cola.
"Pretendemos chegar a 10% do mercado de isotônicos nos próximos dois anos e entrar em duas novas categorias até o final de 2013", diz o diretor de mercado do Grupo Petrópolis, Douglas Costa.
Para atingir seus objetivos, na prática, o grupo vai ter de enfrentar a ainda baixa capilaridade de sua distribuição no território nacional. Segundo Costa, as marcas da Petrópolis estão concentradas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste em 370 mil pontos de venda, de um total de 1 milhão em todo o Brasil. "Até 2020 vamos cobrir 100% do território com o nosso portfólio", diz. Outro desafio será converter a força de vendas dos distribuidores hoje 70% terceirizada para uma operação controlada pela própria cervejaria.
O faturamento estimado do grupo para 2012 é de R$ 5,1 bilhões, 25% superior ao ano passado, enquanto o volume aumenta 12% no período.
No próximo ano, quando será inaugurada a quinta fábrica do grupo, em Alagoinhas (BA), o volume produzido deverá aumentar em 25%.
Em agosto de 2009, a cervejaria aventurou-se na categoria de bebidas energéticas, com o lançamento da marca TNT. Enfrentou a Red Bull, principal concorrente, que tinha 65% do mercado. Hoje a rival tem 56% e a TNT, 4%.
O TNT parece ser um negócio interessante para a Petrópolis. O energético será exportado em pequenas quantidades para a Alemanha, Itália, Espanha e Rússia a partir de 2013 até que as parcerias de produção local sejam definidas. A marca TNT também aparece nas pistas da Fórmula 1. A Petropólis assinou neste ano um contrato - ao lado de outros sete patrocinadores oficiais - com a escuderia Ferrari.
Veículo: Valor Econômico