Varejista do bairro Palmares, em BH, fechou parceria com uma das maiores importadoras do país.
Mesmo que de forma tímida, o consumo de vinho tem crescido bastante no Brasil nos últimos anos. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), o Brasil tem um consumo per capita anual de 1,5 litro. Em cinco anos, esse volume deve aumentar para dois litros. O número ainda é pequeno se comparado com outros países, na França o consumo é de 45,23 litros per capita, mas o impacto desse crescimento tem afetado positivamente as empresas especializadas na bebida. Esse é o caso da Emaco Vinhos, instalada no bairro Palmares, na região Nordeste de Belo Horizonte.
Há dois anos trabalhando com varejo, a empresa espera para 2012 crescimento em torno de 60% nas vendas em comparação com o exercício passado. A sócia-proprietária da Emaco, Júlia Grossi, atribui o incremento ao reconhecimento da empresa no mercado belo-horizontino e aos diferenciais de atendimento que ela oferece. "Nós temos um atendimento bastante personalizado. Quando os clientes estão precisando de algum produto eles ligam e nós mandamos entregar, por exemplo. Com isso, ganhamos muito em divulgação pelo boca a boca", afirma.
Com o objetivo de fortalecer ainda mais o seu nome e ampliar o mix de produtos, a empresa fechou parceria com a World Wine, uma das maiores importadoras de vinhos do Brasil. Hoje, a Emaco trabalha com cerca de 2,5 mil rótulos, sendo que alguns deles não estão disponíveis na loja para pronta entrega, mas são vendidos por catálogo e entregues para o clientes alguns dias após a compra ser efetuada. Em geral os preços variam de R$ 22 a R$ 3,5 mil, mas rótulos muito especiais podem chegar a custar até R$ 17 mil.
"Nós sempre procuramos trazer produtos diferenciados para os nossos clientes e a World Wine trabalha com produtos de alta qualidade para atender, principalmente, à classe A. Temos, por exemplo, o vinho Domaine dês Ouleb Thaleb Syrocco, do Marrocos, que custa R$ 99 e não é encontrado facilmente no Brasil. Também trabalhamos com o Brunellos de Montalcino Castello Banfi, safra 2006, e o Philippi Pacalet 1er Cru Cote de Nuits, da Borgonha, safra 2009. Ambos foram pontuados por Robert Parker, um dos mais conceituados críticos de vinho, com 92 pontos", observa Júlia Grossi.
Diferencial - Ela vende, em média, entre 500 e 600 garrafas por mês. Esse número cresce ainda mais no período de Natal. Para incrementar as vendas de final de ano, a Emaco aposta também nos kits e cestas. O maior diferencial da Emaco para essa época será o panetone da marca Fasano, considerado por revistas especializadas o melhor do Brasil. Os kits e cestas da empresa custam a partir de R$ 60. O cliente também pode personalizar a cesta de acordo com suas necessidades e possibilidades.
A Emaco surgiu no final de 2009 fruto da necessidade e da visão de negócios da economista Júlia Grossi. Ela tinha uma carreira estabelecida em Milão quando decidiu voltar ao Brasil e começar uma nova trajetória profissional. Ela viu, então, um anúncio de uma empresa que precisava de representante de vinhos italianos. "Era preciso dominar a língua e ter conhecimentos sobre o produto. Resolvi aceitar o desafio e investir", lembra.
Já inserida nesse mercado e com uma boa clientela formada, mesmo sem um ponto comercial, ela constatou a demanda latente por vinhos e resolveu abrir sua própria empresa em sociedade com o marido, Edson Abreu. Inaugurada há dois anos, a loja tem 130 metros quadrados, cinco funcionários e uma carteira de mais de 1,5 mil clientes entre pessoas físicas e jurídicas.
Veículo: Diário do Comércio - MG