Classe C turbina setor de bebidas

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O aumento da renda dos brasileiros tem elevado o consumo no país e mudando hábitos das camadas emergentes da população. Os integrantes da chamada nova classe média passaram a ter acesso diário a produtos alimentícios a que antes não estavam acostumados, ou que iam à mesa somente em ocasiões especiais ou nos fins de semana. Mudanças como essa têm colocado o Brasil na posição de um dos principais consumidores mundiais de produtos como salgadinhos e refrigerantes.

Conforme dados da britânica Mintel, uma das gigantes globais em pesquisas de mercado, que acaba de chegar ao país, 83% dos consumidores brasileiros costumam tomar refrigerantes, o que dá ao Brasil uma taxa de penetração desse produto maior que a do Reino Unido (79%) e abaixo apenas à dos Estados Unidos (84%). Já no segmento de salgadinhos, 67% comem algum tipo desse petisco uma vez por mês. Esse percentual ainda fica abaixo do verificado entre os britânicos (88%) e os norte-americanos (91%), o que, segundo a Mintel, indica forte potencial de crescimento. O segmento faturou R$ 4,3 bilhões no país em 2011 e deve avançar mais de 7% por ano até 2015, disse ao Correio o diretor de Pesquisa da Mintel na América Latina, Sebastian Concha.

Com três filhos em casa, de 9, 12 e 15 anos, a cozinheira Luciana Paula dos Santos, moradora de Belo Horizonte, é um exemplo dessa nova tendência. Ela diz que gasta R$ 10 por dia com refrigerantes e se surpreende ao calcular que, no fim do mês, a despesa chega a quase R$ 300. “O consumo aumentou bastante nos últimos meses porque passei a trabalhar à noite e os meninos ficam sozinhos o dia todo. Aí aproveitam para fazer a festa”, conta.

No mercadinho do frentista Carlos Alexandre no Bairro Taquaril, região leste da capital mineira, os salgadinhos têm procura cada vez maior. “As vendas têm crescido principalmente entre os adolescentes”, diz Alexandre. “A preferência é pelos produtos mais baratos. Os mais caros não têm saída”, explica.

Mudanças
O país é também um grande mercado para a cerveja, cujas vendas, nos próximos anos, devem avançar 9% em quantidade e 11% em valor, o que mostra aumento da preferência por produtos premium, avalia o estudo da Mintel. Um exemplo do avanço do segmento premium é a revendedora Mamãe Bebidas, um dos ícones do crescimento desse mercado, em Belo Horizonte.

“Tivemos um aumento de 7% na venda desses produtos. Até pouco tempo atrás, os consumidores não tinham tanto conhecimento sobre cervejas especiais e o consumo era esporádico, mas agora esse quadro está mudando e até os menos abastados consomem”, diz a proprietária, Ana Carolina Patrus. Os preços vão de R$ 4 até R$ 477. “A mais consumida custa R$ 15”, afirma a empresária.

 

Veículo: Correio Braziliense


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