Começam a se formar filas de interessados em comprar ativos de mais de US$ 7 bilhões que estão sendo preparados para ser vendidos como resultado da compra, por US$ 52 bilhões, da Anheuser-Busch pela InBev.
O Busch Entertainment, unidade de parques de diversão temáticos do grupo, dona da SeaWorld Orlando, deverá ser um dos primeiros, com um possível preço de US$ 4 bilhões.
Entre os possíveis ofertantes está a Merlin Entertainments, grupo de parques temáticos controlado pelo Blackstone, que tem em entre suas operações o Madame Tussauds e a Legoland.
Outros interessados em potencial são o grupo de mídia Walt Disney, maior operador de parque de diversão do mundo, e a Universal Studios, que tem maior parte do capital em mãos da rede de TV e filmes NBC Universal.
A Six Flags, que tem 20 parques temáticos nos Estados Unidos, México e Canadá, também poderia pedir documentos sobre a venda.
O Candover, grupo britânico especializado em aquisições que controla a Parques Reunidos, empresa de entretenimento com sede em Madri e mais de 50 parques em 12 países, também poderia entrar na disputa.
Uma fonte próxima aos planos de venda do Busch Entertainment observou que a operação servirá de teste para o mercado de crédito e permitirá descobrir se os grupos de private equity conseguem levantar recursos suficientes para lançar ofertas pela empresa.
Qualquer grupo de private equity provavelmente tentaria conseguir cerca de US$ 2 bilhões em dívidas para financiar o negócio, o que seria uma das maiores quantias levantadas para uma aquisição alavancada desde o agravamento da crise de crédito com a quebra do Lehman Brothers, em setembro.
Segundo a fonte, os ofertantes podem estar preocupados com a possibilidade de o dólar forte atrapalhar o desempenho da empresa, principalmente das operações em Orlando, como a SeaWorld, Discovery Cove, Adventure Island e Aquatica.
Esses parques atraem uma grande proporção de visitantes da Europa, especialmente do Reino Unido, e um dólar muito valorizado em relação ao euro ou à libra esterlina poderia levar os turistas a pensar duas vezes antes de viajar para a Flórida neste ano.
A AB-InBev, maior fabricante mundial de cerveja, deixou claro no ano passado que venderia operações que não são consideradas fundamentais das duas cervejarias para pagar pela transação.
A empresa assegurou financiamento de US$ 45 bilhões, incluindo empréstimo-ponte de US$ 7 bilhões para venda de "ativos não fundamentais de ambas as companhias". O primeiro refinanciamento do empréstimo-ponte não vence antes de novembro, o que deixa a AB-InBev com tempo de sobra para testar o apetite dos compradores por vários de seus ativos.
A empresa recém-criada também poderia optar pelo desmembramento do Busch Entertainment caso não obtivesse, por meio da venda direta, um preço que lhe interesse.
Outra unidade que poderia ser vendida é a divisão de reciclagem da Anheuser-Busch, que, segundo analistas, poderia levantar até US$ 1,7 bilhão.
Veículo: Valor Econômico