Schincariol lança tubaína "retrô" dez vezes mais cara

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Ninguém dá muita bola para elas. Mas as tubaínas, como são os chamados refrigerantes regionais, têm 16% do mercado nacional de bebidas, liderado pela Coca-Cola. Juntas, essas bebidas vendem anualmente o equivalente a R$ 3,3 bilhões, soma que é pelo menos duas vezes o faturamento da Pepsi e dez vezes mais do que se vende de bebidas energéticas no país. 

 

Nesse filão, a Schincariol lançou em dezembro duas versões do refrigerante que pretendem fazer da tubaína um produto moderno e "premium": a Itubaína Retrô e a Itubaína Retrô Zero, em garrafas de 355 ml e rótulo tipo "vintage". "Queremos agregar valor à nossa marca e atingir um público diferente", diz Marcel Sacco, diretor de marketing da Schincariol. 


 
Ao contrário da tubaína que a empresa vende desde 1954 nos supermercados, a nova versão será distribuída em bares e lanchonetes. Além disso e da embalagem, com desenho no estilo "pop" anos 50, o lançamento tem outro diferencial: o preço. A garrafinha sai por R$ 2,90. Já a tubaína comum da Schincariol, um dos refrigerantes mais baratos do varejo, é vendida por R$ 1,65 a embalagem de 2 litros. Ou seja, a versão chique custa dez vezes mais. 

 

A Itubaína Retrô vai ter distribuição nacional em até 60 dias, disse o diretor de marketing da Schincariol. "É para um público mais velho, por volta dos 40 anos, e traz um certo saudosismo", diz o executivo. Por isso, foi servida aos frequentadores do São Paulo Fashion Week, no mês passado. 

 

A empresa, que tem 3,4% do mercado nacional de refrigerantes, segundo dados de dezembro, não pretende, com a nova tubaína, aumentar essa participação. "Não é um produto para aumentar o volume de nossas vendas", diz Sacco. A ideia, diz ele, não é ganhar vendas em volume, mas agregar valor à marca Schincariol. 

 

"A Itubaína tem uma apelo à infância, remete à uma lembrança carinhosa. Isso ajuda a transferir um certo brilho para o nome Schincariol", explica ele, acrescentando que a tubaína é o sabor de refrigerante mais consumido no Estado de São Paulo. Essa empatia justificaria o preço da bebida. 

 

O lançamento também é o primeiro da empresa depois que a família voltou à direção da empresa, com Adriano Schincariol assumindo o cargo de executivo-chefe da companhia no início de dezembro, dois anos depois de ter entregue o comando da operação ao executivo Fernando Terni. Foi na gestão de Terni que a empresa iniciou sua estratégia de ter no portifólio produtos de maior valor agregado, como a cerveja Baden Baden, de Campos do Jordão (SP), adquirida há dois anos. 

 

Veículo: Valor Econômico


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