A simples redução no tamanho e peso das tampinhas das embalagens PET, de 600 ml, de um e dois litros da Coca-Cola, levou a segunda maior fabricante do refrigerante no País, a paranaense Spaipa, a deixar de gerar 156 toneladas de resíduo plástico e de emitir 1.170 toneladas de gás carbônico no meio ambiente. Desde dezembro, as tampinhas das embalagens PET estão com menos quatro milímetros de altura e dois gramas de peso. No acabamento da embalagem, na parte superior, também houve uma redução de tamanho, o que resulta na diminuição do consumo total de 1,4 gramas de material plástico por garrafa.
"Todas as ações dão continuidade aos esforços da Spaipa para reduzir a demanda pela resina. A fabricação das embalagens com "minitampas" teve início na unidade de Marília, que representa 23% da produção, mas deverá ser estendida a todas as fábricas", informa Mário Veronezi, Superintendente de Indústria e de Logística da Spaipa.
Dentro do Sistema Coca-Cola Brasil, a Spaipa é a pioneira na produção desta embalagem e, na América Latina, é a pioneira no tamanho dois litros. "Não há dificuldade tecnológica e nem grandes segredos no processo. Acredito que o sistema poderá ser utilizado por qualquer fabricante de bebida que utilize as embalagens PET. O maior problema será convencer a cadeia de suprimentos a alterar os equipamentos", acrescenta o diretor.
Com a economia de resina há também redução de custos na embalagem, já que atualmente uma tonelada do material não sai por menos de US$ 1.700. Em termos de potencial, com a utilização da tampa "short finish" em toda produção de PET da Spaipa, "estamos falando de 680 toneladas de redução de resíduo plástico, o que representa deixarmos de emitir 5.100 toneladas de ", diz.
Segundo o diretor, para cada tonelada de resina PET processada, são emitidas 7,5 toneladas de . "Quando deixamos de gerar resíduos plásticos automaticamente deixamos de emitir átomos de carbono", explica. A Coca-Cola Company participou efetivamente do desenvolvimento da tecnologia, em parceria com o International Society of Beverage Technologist (ISBT), e está adotando mundialmente o novo modelo de embalagem. O primeiro país a lançá-la foi a China.
O local onde fica a rosca da garrafa é justamente o que mais recebe plástico, porque precisa ser mais resistente. As "minitampas" estão nas embalagens de 600 ml de Coca-Cola Zero e Coca-Cola Light comercializadas em toda a região de abrangência da Spaipa. E, em parte da região Oeste de São Paulo estão sendo comercializadas as embalagens PET de 600 ml, um e dois litros de Coca-Cola normal, Coca-Cola Zero e Coca-Cola Light.
Para o diretor de Meio Ambiente da Coca-Cola Brasil, José Mauro de Moraes, a iniciativa está alinhada à plataforma de sustentabilidade "Viva Positivamente", que congrega todas as ações da Coca-Cola Brasil relacionadas ao tema. A garrafa com minitampa materializa muito bem a essência do programa, cujo objetivo é falar sobre sustentabilidade. "O novo formato de embalagem traz benefício para a sociedade ao demandar quantidade menor de matéria-prima, colaborando para a preservação do planeta para as gerações futuras", diz.
Essa operação ainda tem como aspecto positivo, segundo ele, a conseqüência natural de trazer economia financeira para a empresa, "em um claro sinal de que as iniciativas de sustentabilidade podem ser viáveis do ponto-de-vista de negócio."
Veículo: Gazeta Mercantil