Consumo de espumantes empolga setor vinícola

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Os produtores de espumantes gaúchos estão celebrando os resultados do ano passado. Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a venda de vinhos espumantes produzidos no Rio Grande do Sul somou 9,46 milhões de litros em 2008, um aumento de 10,5% na comparação com 2007, quando foram comercializados 8,56 milhões de litros. Os principais consumidores da bebida gaúcha foram os paulistas, seguidos dos próprios gaúchos. Em seguida aparece o Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná na lista de destinos com mais volume.

 

Esse crescimento já acontece a cinco anos consecutivos. Entre 2002 e 2008, a comercialização de espumantes no Brasil sofreu um aumento de 120%. Já para este ano o Ibravin projeta vendas 15% maiores. "O consumidor já percebeu a qualidade do espumante produzido na Serra, e ele já deixou de ser uma bebida consumida apenas em épocas festivas, passando a entrar no cotidiano do brasileiro e a registrar vendas ao longo de todo o ano", explica o gerente de marketing do Ibravin, Diego Bertolini.

 

Os produtores concordam com o otimismo da entidade. Segundo Daniel Salton, diretor comercial da Vinícola Salton, de Bento Gonçalves, a empresa teve um crescimento de 25,98% na venda de espumantes finos em 2008, chegando a 3,5 milhões de litros comercializados. "Com isso atingimos 45% do mercado brasileiro", comemora. Em compensação, as vendas de vinhos quase não se modificaram, com uma variação positiva de apenas 0,12%.

 

A grande aceitação que os espumantes nacionais estão tendo no mercado serve de incentivo para que as vinícolas da Serra, mesmo que pequenas, invistam no segmento. Uma delas é a Don Giovanni, de Pinto Bandeira, no interior de Bento Gonçalves. Segundo o proprietário André Dreher Giovannini, o foco da empresa já está voltado para o aumento da produção de espumantes. "Comercializamos 120 mil garrafas em 2008, um crescimento de 35% em relação a 2007, e estamos com expectativa de aumentar as vendas em 50% este ano", afirma.

 

Entre as causas da elevação de suas vendas, Giovannini aponta a entrada de seus produtos em novos mercados, como Curitiba, Belo Horizonte e Espírito Santo. Segundo o vinicultor, o espumante nacional caiu nas graças do consumidor devido à excelente relação custo-benefício. É possível encontrar espumantes de ótima qualidade a R$ 20,00 ou R$ 25,00, e já temos bebidas a R$ 70,00 competindo em pé de igualdade com champagnes francesas de R$ 150,00, garante.

 

No entanto, outros empresários acreditam que o segmento poderia crescer ainda mais. "Vendemos cerca de 10 milhões de litros ao ano em um País com 190 milhões de habitantes. Podemos chegar a volumes ainda maiores", afirma Danilo Cavagni, diretor administrativo da vinícola Chandon, de Garibaldi. Segundo Cavagni, além da carga tributária ser alta, encarecendo o produto e excluindo possíveis compradores, o brasileiro ainda não desenvolveu o hábito do consumo da bebida. "Se tivéssemos um consumo mais regular, e não apenas em períodos especiais, poderíamos quadruplicar as vendas", projeta.

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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