Vendas das microcervejarias aumentam

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Apesar da alta carga tributária, nos cinco primeiros meses as empresas elevaram os negócios em até 30%. 


 
A alta carga tributária que incide sobre o setor de cervejarias artesanais não foi suficiente para impedir o crescimento das empresas no Estado. Cada vez mais apreciada pelo consumidor, as microcervejarias registram crescimento de até 30% nas vendas de janeiro a maio ante mesmo período de 2008. As empresas planejam, ainda, incrementar o volume produção em 60% até o final do ano.

 

Conforme o Sindicato das Indústrias de Cervejas e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindibebidas-MG), a incidência dos impostos estaduais - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) - e federais - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) - sobre o segmento chega a onerar em 80% os preços da bebida.

 

Para o diretor administrativo da entidade, Marco Antônio Falcone, além da alta carga tributária, o segmento ainda enfrenta outras dificuldades. "Temos capacidade de arrecadação muito menor em relação às grandes produtoras. Compramos os insumos em menor escala e, por isso, mais caro. Empregamos mais mão-de-obra por litro porque o processo é artesanal. A produção em volumes menores também encarece a fabricação especializada", avaliou.

 

Falcone lembrou que as cervejarias paulistas conseguem colocar os produtos no mercado mineiro a preços mais acessíveis comparado aos fabricantes do Estado devido à elevada alíquota do ICMS em Minas (18%). "Os impostos são excessivamente superiores aos cobrados junto às grandes empresas do setor", reclamou.

 


Dólar - Ele ressaltou que a sobrevalorização do real frente ao dólar não favoreceu a importação de malte e lúpulo em função da escassez dos insumos na Europa. Segundo ele, os produtores europeus deixaram de investir na safra de malte porque existem políticas de incentivo ao cultivo de oleaginosas destinadas à produção de biocombustível.

 

Mesmo diante desse cenário, Falcone confirmou que o setor registrou crescimento de 15% no faturamento nos cinco primeiros meses de 2009 sobre 2008. "Verificamos que o aumento da demanda foi o grande responsável pela melhora do desempenho do segmento. Não fossem os entraves tributários, o incremento poderia ser ainda maior", ponderou. De acordo com ele, o consumo de cerveja artesanal no período cresceu na mesma proporção (15%).

 

A Falke Bier, fabricante da cerveja Monastério, por exemplo, registrou incremento de 15% no faturamento no acumulado dos primeiros cinco meses deste ano na comparação com igual intervalo do exercício anterior. O aumento da demanda verificada no período também chegou a 15%.

 

Hoje, a Falke Bier produz 8 mil litros de cerveja e chope mensalmente e comercializa o litro a R$ 7,5. De acordo com Facolne, que também é socioproprietário da empresa, os preços praticados pelas grandes produtoras são menores em função de utilizarem adjuntos como arroz e o milho, fontes de amido, para a conversão em álcool, o que prejudica a qualidade da bebida". As gigantes do setor, segundo ele, vendem o litro a R$ 5,8.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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