Com um olho na classe C e outro nas classes A e B, a Cervejaria Petrópolis, fabricante das marcas Itaipava e Cristal entre outras, quer faturar R$ 2 bilhões este ano. A companhia fechou 2008 com vendas totais de R$ 1,53 bilhão - um aumento de 38% em relação ao faturamento de 2007.
Na disputa com as outras três maiores cervejarias do país (AmBev, Schincariol e Femsa), a Petrópolis foi uma das que mais ganhou mercado no ano passado. Passou de 8,5% de participação em janeiro de 2008 para iniciar 2009 com 9,8% - 1,3 ponto porcentual de ganho. Conforme os números Nielsen relativos a maio, a Petrópolis tem agora 9,7% das vendas.
Boa parte desse resultado foi reflexo do investimento em expansão da capacidade produtiva - que chegou a R$ 330 milhões e fez a produção saltar de 656 milhões de litros para 823 milhões, incluindo a inauguração da fábrica de Rondonópolis (MT) em julho do ano passado. As fábricas em Petrópolis (RJ) e na cidade paulista de Boituva (sede da empresa) também foram ampliadas e receberam equipamentos modernos.
Parte do dinheiro utilizado nessas ampliações (R$ 200 milhões) vieram de recursos financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além do investimento em infraestrutura, a empresa também aplicou um bom dinheiro em marketing. A verba saltou de R$ 26 milhões em 2007 para R$ 40 milhões. "Este ano aumentamos esse montante para R$ 50 milhões", afirma Douglas Costa, diretor de marketing corporativo da Petrópolis.
A ideia é promover as duas linhas de produtos que irão receber mais atenção da companhia este ano: as cervejas premium, com preços que podem passar dos R$ 20 a garrafa de 600 ml, e a latinha de 310 ml - 40 ml a menos que a tradicional e cerca de R$ 0,10 centavos mais barata. "A intenção com esse produto é oferecer mais uma opção de embalagem para que o consumidor tenha um menor desembolso", afirma Costa. O canal de vendas prioritário do novo produto, com lançamento previsto para julho, serão os supermercados.
Com a linha de cervejas especiais Petra e Black Princess a estratégia é outra: conquistar o consumidor de bares e restaurantes. "O mercado de cervejas é muito concentrado para competir com nossos rivais em termos de volume", acrescenta ele. "Por isso nossa meta agora é ganhar em faturamento com cervejas especiais. No mercado premium, não há concentração de vendas em uma só marca. Não há sequer uma marca que possa ser chamada de líder", explica Costa.
Segundo ele, Petra e Black Princess são produtos com uma rentabilidade de seis a sete vezes maior que as cervejas comuns tanto para a indústria quanto para os canais distribuidores. (LC)
Veículo: Valor Econômico