A Coca-Cola Brasil, dona de 56% do mercado de refrigerantes no Brasil, vendeu 5% mais em volume no segundo trimestre de 2009. Esse foi o 21º trimestre consecutivo de crescimento da empresa no país, onde o mercado de refrigerantes movimentou R$ 11,483 bilhões entre janeiro e maio deste ano - 6,3% a mais que nos mesmos meses de 2008, conforme dados da Nielsen.
Em um mercado no qual 98,2% dos consumidores têm o hábito frequente de tomar refrigerantes, a evolução de vendas alcançada pela Coca-Cola é bem expressiva, segundo analistas do setor. "A capacidade de crescimento do mercado de bebidas não alcoólicas no Brasil está longe da saturação, tanto no que diz respeito aos refrigerantes, quanto, claro, aos sucos, chás, hidrotônicos [um tipo de energético], entre outros segmentos ainda em expansão", disse, ontem, em nota, o presidente da Coca-Cola Brasil, Xiemar Zarazúa.
Mundialmente, a marca Coca-Cola teve aumento de vendas de 3% no trimestre. Outros refrigerantes da companhia tiveram expansão de 2% . As "bebidas não carbonatadas" (sem gás), que incluem sucos e isotônicos, venderam 12% mais internacionalmente.
A variedade de embalagens, conforme Filipe Abolafio, consultor da Nielsen, é o que mais tem atraído o consumidor brasileiro nos últimos meses. "Os 'packs', no estilo 'leve 4 e pague 3', ou os do tipo 'tamanho família' , que vêm com quatro, seis ou oito unidades, têm apresentado uma alta nas vendas bem acima do desempenho das embalagens tradicionais", afirma Abolafio.
O resultado alcançado pela Coca-Cola no Brasil é superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foi registrada alta de 1% nas vendas. Essa alta também foi superior à média mundial da empresa, cujo desempenho global no segundo trimestre foi 4% melhor que em igual período de 2008 (no primeiro trimestre, a alta havia sido de 2%).
Na América Latina, o crescimento no período foi de 6%. "Apesar da conjuntura de crise global, decidimos aumentar nossos investimentos no Brasil em 17%, chegando a R$ 1,75 bilhão este ano", afirmou Zarazúa, ontem, em comunicado.
Entre esses investimentos, estão a construção de duas novas fábricas já em andamento: uma de refrigerantes em Maceió (AL), e a nova unidade da Matte Leão, em Curitiba (PR). As fábricas de Marília (SP), de Santa Maria (RS) e de Petrolina (PE) também passaram por expansão recente.
A divisão brasileira da The Coca-Cola Company é a terceira em vendas mundialmente para a multinacional americana.
No México, Estados Unidos e Canadá (região América do Norte), houve queda de 1% nas vendas, por volume, uma vez que a demanda dos consumidores continua em desaceleração.
As vendas para o varejo nos EUA também caíram, com retração de 4%. Mas as vendas para restaurante e similares no país sede da empresa tiveram alta de 7% em volume.
Veículo: Valor Econômico