O hábito de beber chá, quente ou gelado, caminha a passos lentos no Brasil. "Os dois mercados são subdesenvolvidos", diz Michel Davidovich, presidente da Leão Júnior, a maior empresa do setor, comprada pela Coca-Cola em 2007.
Em sua opinião, o chá precisa passar pela sofisticação já iniciada pela indústria do café. "O café já consegue apresentar-se como um produto premium, mas o chá é visto como commodity."
A Leão Júnior tem um projeto-piloto para produzir um chá premium de erva-mate. Esse plano passa por selecionar melhor as folhas e produzir novas misturas, levando em conta as diversas regiões do país. "Nosso blend hoje é padrão, igual para todo o país". Davidovich prevê lançar esse chá de melhor qualidade em 2010.
Davidovich diz que do total de bebidas quentes e frias consumidas no país, o chá seco (em saquinhos ou a granel) e líquido, já pronto para beber, equivale a pouco mais de 1%. Na Argentina essa fatia é de 30%.
No Brasil, o mercado de chá pronto para beber cresce mais do que o seco. Segundo dados da Nielsen, em julho último as vendas de chá seco somaram R$ 256 milhões, com aumento de 8% em relação a agosto de 2008. As vendas do líquido subiram 20%, para R$ 228 milhões, na comparação entre agosto deste ano e setembro de 2008. O volume, nos últimos quatro anos, manteve-se estável para o produto seco. Para a bebida já pronta o aumento foi de 5%.
Carla Sauressig, que vende chás de alta qualidade no Brasil há 10 anos, diz que o consumidor mais compra em sua A loja do chá são infusões de frutas e chá verde. "O brasileiro ainda precisa descobrir que chá é prazer."
Veículo: Valor Econômico