Após quase três anos de interrupção, Brasil e Colômbia retomam o comércio bilateral de material genético de bovinos. Os dois governos assinaram, em julho passado, protocolo para intercâmbio de negócios nessa área, medida que tem atraído criadores colombianos ao país.
Na quinta-feira, um grupo de empresários colombianos chegou ao Brasil para promover as exportações de material genético, principalmente da raça Brahman, e estreitar relações com criadores brasileiros na área de genética bovina.
Segundo o cônsul comercial da Colômbia, Carlos Rodriguez, a idéia é ampliar as exportações colombianas de sêmen e embriões Brahman. A Colômbia é um dos principais produtores dessa raça zebuína, criada nos Estados Unidos em 1924 por meio de melhoramento genético.
Do rebanho total de 24 milhões de cabeça de gado (de corte e leiteiro) da Colômbia, 90% têm sangue Brahman, segundo Fabio Jaramillo, presidente da ASOCEBU (Associação Colombiana de Criadores de Gado Zebu). Ambos estiveram no Brasil para 5ª ExpoBrahman, em Uberaba (MG), junto com representantes da Brahmancol, empresa colombiana de sêmen e embriões.
Jaramillo explica que um diferencial entre o animal Brahman e o nelore, outra raça zebuína, que é majoritária no Brasil, é a precocidade do primeiro. O animal criado a pasto pode ser abatido com 22 meses (entre 480 a 500 quilos). Uma semelhança é a rusticidade.
O acordo bilateral prevê que o Brasil exporte material genético de gir leiteiro e de guzerá para a Colômbia, segundo Rodrigues, que também é diretor da Proexport Colômbia, entidade promotora do turismo internacional, investimentos, exportações e imagem do país. Ele informou que uma missão do Ministério da Agricultura da Colômbia já esteve no país para tratar da importação de gado vivo e búfalos do Brasil. Mas esse processo ainda deve demorar.
Veículo: Valor Econômico