Arroba do boi gordo avança 3%

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Segundo a Emater, ganho foi obtido na última semana e tendência de alta segue em abril.


A retomada das chuvas no final de março contribuiu para a recuperação das pastagens e para dar maior poder de negociação aos pecuaristas de corte. Com condições favoráveis de retenção do gado em campo, os preços do boi gordo, diante da redução da oferta, estão em alta. Segundo os dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), na última semana foi registrada alta próxima a 3% nos preços pagos pela arroba. A tendência é de novas altas ao longo de abril.

Segundo o engenheiro agrônomo e coordenador técnico de bovinocultura da Emater-MG, José Alberto de Ávila Pires, março foi um mês crítico para a atividade. A estiagem prolongada, observada desde fevereiro, reduziu a qualidade das pastagens e obrigou os pecuaristas a disponibilizarem um número maior de animais para o abate. Com a movimentação, a oferta ficou superior à demanda e os preços caíram.

"Os pecuaristas ao longo de março tiveram sucessivas perdas na cotação do boi gordo. A tendência para abril é de alta, porém a partir do próximo mês os preços devem cair novamente, já que os pecuaristas começam a se preparar para o confinamento", disse.

Segundo os dados da Emater-MG, depois de sucessivas quedas, a cotação da arroba do boi gordo mostrou sinais de recuperação no início de abril. O valor mínimo praticado no Estado foi R$ 88 e máximo de R$ 91 por arroba, o que representou uma alta próxima a 3%.

O valor mínimo de R$ 88 foi registrado em Teófilo Otoni, Carlos Chagas e Nanuque, no Vale do Mucuri, e em Governador Valadares, na região do Rio Doce. Já os preços máximos chegaram a R$ 91 em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e em Paracatu e Unaí, ambas no Noroeste do Estado.

Oferta - "Mesmo em plena safra do boi gordo, período de abril a junho, o retorno das chuvas assegura melhores condições às pastagens, o que permite ao pecuarista regular a oferta em busca de preços mais vantajosos pela arroba do boi gordo", disse Pires.

Em relação a igual período do ano passado, os preços pagos pela arroba estão entre R$ 4 e R$ 5 menores. Em 2011, segundo os dados da Emater-MG, o preço médio da arroba variava de R$ 93 a R$ 94, queda de 4,5% a 5,5%.

"A seca de fevereiro e março afetou as pastagens e promoveu o aumento do descarte de animais, derrubando os preços. A tendência no curto prazo é de valorização da arroba", disse.

A alta registrada nos preços do boi gordo veio depois dos pecuaristas acumularem perdas significativas. Na segunda semana de março foi observada queda de R$ 3 por arroba em Paracatu e Unaí; queda de R$ 2 em Teófilo Otoni, Carlos Chagas, Nanuque, Governador Valadares, Montes Claros e Janaúba. Redução de R$ 1 em Uberlândia e Uberaba, no Triangulo Mineiro. Os preços ficaram estáveis no Alto Paranaíba. No período, a cotação mínima foi de R$ 84 e a máxima de R$ 90.

Os próximos meses serão decisivos para a formação de preços para o boi gordo. Com a aproximação do período de seca, os pecuaristas já estão planejando o confinamento dos animais. O grande desafio para este ano será o controle dos custos com a alimentação do rebanho, principalmente pelo encarecimento do milho.

Segundo Pires, a engorda de bovinos em confinamento - para abate durante a entressafra, de julho a dezembro, em sistema de alta eficiência, com o preço do milho a R$ 24 por saca de 60 quilos - faz com que o custo de produção de cada arroba produzida nessa etapa fique em torno de R$ 70. Para o preço de venda de R$ 90, gera um ganho de R$ 20 por arroba, ou seja, R$ 100 por boi comercializado.

"A tomada de decisão para definir o confinamento está totalmente atrelada aos preços do milho, que responde por cerca de 80% dos custos com a alimentação. Ao longo de abril e maio, os pecuaristas devem ficar atentos aos rumos do mercado, para definir com maior precisão e evitar prejuízos", disse Pires.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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