Apesar de barreiras impostas à carne bovina brasileira por alguns parceiros comerciais, como a Arábia Saudita, a exportação do produto bateu recorde no primeiro semestre, segundo a Abiec (associação dos exportadores).
Até junho, a receita com as vendas de carne bovina ao exterior somou US$ 3 bilhões, alta de 13,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em volume, o avanço foi mais significativo, de 21%, para 674,7 mil toneladas.
Antônio Camardelli, presidente da Abiec, diz que o recuo no preço por tonelada reflete "uma adequação no cardápio de oferta da indústria". "A Europa hoje compra menos filé mignon", afirma.
Além disso, os frigoríficos foram obrigados a substituir alguns mercados que vinham crescendo até o ano passado, como os países árabes, por outros destinos. No fim de 2012, alguns países suspenderam a compra da carne brasileira após a suspeita de um caso de vaca louca no país.
Por outro lado, houve uma forte recuperação dos embarques para o Irã, que cresceram 98%, e uma expansão de 68% nas vendas a Hong Kong.
Com exportação em alta --a Abiec estima a cifra recorde de US$ 6 bilhões para 2013-- e demanda firme no mercado interno, o preço do boi gordo não para de subir.
Ontem, a arroba era negociada a R$ 104 em São Paulo, segundo a Informa Economics FNP --maior valor desde dezembro de 2011. Só neste mês, a alta chega a 4%.
O aumento no preço do boi deve elevar o da carne. Como a oferta de bois para o abate é restrita --as boas condições das pastagens desestimulam a venda do animal--, a oferta de carne bovina deve continuar abaixo do normal no curto prazo, diz a consultoria.
Veículo: Folha de S. Paulo