O governo estuda a possibilidade de conceder prazo adicional para que os frigoríficos paguem as dívidas com o sistema financeiro. Além disso, o governo avalia a proposta de criação de linha de crédito para capital de giro como forma de dar fôlego ao setor até a recuperação das exportações. As alternativas para as dificuldades dos frigoríficos estão sendo discutidas entre os Ministérios da Agricultura e Fazenda. Na avaliação do governo, não adianta liberar crédito para as empresas frigoríficas uma vez que o processo de recuperação judicial impede a liberação dos financiamentos. Esse problema impede, por exemplo, que o Banco do Brasil repasse uma linha de R$ 200 milhões para o Frigorífico Independência. "O estatuto do banco impede as operações com empresas em processo de recuperação judicial", disse uma fonte que acompanha o assunto.
Além do Independência, outros quatro grandes grupos de frigoríficos estão em processo de recuperação judicial. Essas empresas administram no total 49 unidades, especialmente no Mato Grosso. A Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) encaminhou ao governo uma proposta que prevê a utilização de créditos tributárias retidos como garantia para novos financiamentos para capital de giro às empresas frigoríficas. Esse dinheiro, segundo a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, seria usado para pagamento das dívidas das empresas com os fornecedores, especialmente pecuaristas. No caso do Independência, o governo calcula em 3.600 pecuaristas o número de fornecedores, sendo que a maior parte deles tem créditos com o frigorífico.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), os créditos tributários somavam R$ 600 milhões no final de 2008. O deputado Homero Pereira (PR-MT) informou ontem que o governo sinalizou com a possibilidade de incluir no texto da Medida Provisória 453 uma emenda autorizando a liberação pontual de pagamento de créditos tributários a frigoríficos. O crédito só seria liberado mediante o cumprimento de algumas condições por parte das empresas. Além da pecuária de corte, o governo está atento à situação da suinocultura e estuda deixar claro aos bancos que os estoques de carne podem ser usados como garantias.
Veículo: DCI