Corol Beef pode começar a sair do papel

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A Corol, de Rolândia, norte do Paraná, decidiu investir em carnes em 2005, pouco antes da ocorrência de focos de febre aftosa no Estado, fato que complicou as exportações e resultou na saída dos sócios americanos que havia conseguido atrair para o negócio.

 

"Eles ficaram assustados", disse o presidente da cooperativa, Eliseu de Paula, sobre a desistência em 2007 do grupo Global Protein (GPG), ex-dono de 50% da Corol Beef. Na semana passada, foi aprovado no Ministério da Agricultura projeto registrado àquela época para a implantação de um frigorífico de abate e industrialização de carnes e derivados. Agora, mesmo com um cenário ruim para o segmento, a cooperativa quer levar o investimento adiante e está à procura de recursos financeiros e parceiros para começar as obras.

 

A Corol é dona de 100% da Corol Beef, uma Sociedade Anônima de capital fechado. O frigorífico está orçado em R$ 115 milhões e sua capacidade é para abate de dois mil animais por dia. "A concepção foi feita pensando no mercado americano, por isso está prevista a industrialização da carne e derivados", disse o executivo, que estuda a exportação para outros países e também atuação no mercado interno.

 

De acordo com ele, a cooperativa está atrás de licenças ambientais e a intenção é começar a construção no segundo semestre de 2009, com conclusão em dois anos. "Estamos conversando com possíveis parceiros, inclusive integrantes do GPG" afirmou. O objetivo é ter ao menos 51% da empresa e não está descartada a busca de recursos em fundos e BNDES.

 

Para fazer o projeto, a Corol foi atrás de pecuaristas interessados em participar dele. Cadastrou 511 possíveis associados. "Será um novo modelo para o Brasil, no qual o pecuarista estará integrado no negócio." A cooperativa ganhou um terreno da prefeitura de Rolândia, de 720 mil m2, ao lado da usina de açúcar e álcool da cooperativa, que recebeu investimentos de R$ 62 milhões em 2008 para a duplicação da moagem de cana, para 1,6 milhão de toneladas. A usina vai gerar energia para a operação do frigorífico. "Somos produtores, temos a base e queremos verticalizar a produção", disse.

 

Em agosto, a Corol inaugurará um moinho de trigo, no qual investiu R$ 30 milhões. No futuro, quer criar um pastifício e passar a vender macarrão. A cooperativa, que faturou R$ 753 milhões em 2008 e conta com cerca de 8 mil associados, também industrializa suco de laranja e de uva, tem torrefação de café e fábrica de ração. Mas o recebimento e comercialização de grãos ainda é a principal fonte de receita. Na gaveta está um projeto de frigorífico de aves e suínos. "Com carne, queremos parceiro que tenha a outra ponta, que domine o mercado, explicou. Caso não encontre um parceiro, a Corol deverá tocar o projeto sozinha.
 


Veículo: Valor Econômico


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