Vendas a prazo recuam e inadimplência cresce no comércio varejista

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Resultados negativos acendem a luz amarela e devem restringir a concessão de crédito ao consumidor

 

As vendas a prazo no comércio varejista recuaram 5,17% em março em relação ao mesmo mês de 2010, enquanto a inadimplência aumentou 4,32%, de acordo com dados divulgados ontem pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Além disso, o número de consumidores que conseguiram retirar o nome do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) caiu 8,69% na mesma comparação.

 

Os resultados acenderam de vez a luz amarela no comércio varejista, que deve se tornar mais seletivo na concessão de crédito a partir de agora. Na avaliação do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pelizzaro Junior, todos os indicadores do mês passados foram negativos.

 

"O perfil do consumo piorou. Reduzimos as vendas, aumentamos a inadimplência e pioramos a recuperação de crédito", afirmou Pelizzaro.

 

"A luz já está bem amarela e a situação está ficando preocupante. Como a inadimplência deve continuar subindo, o varejo vai se tornar mais exigente na concessão de crédito. O comércio vai ficar mais cauteloso e o processo nas vendas a prazo será mais seletivo", completou.

 

Foco errado. Para Pelizzaro, o comércio varejista está sentindo os efeitos do ciclo de aperto monetário implementado pelo governo via aumento dos juros para conter a inflação. Para o executivo, no entanto, as medidas tomadas pela equipe econômica até agora têm o foco errado.

 

"As medidas são inócuas, porque foram tomadas para restringir o crédito, sendo que a inflação tem crescido justamente nos segmentos que não dependem do crédito, como alimentação, habitação e transporte. Ninguém compra bife a prazo", afirmou.

 

Além disso, acrescentou, o aumento do salário mínimo injetará bilhões de reais na economia, impulsionando ainda mais o consumo dos bens básicos que têm pressionado a inflação.

 

Por isso, avaliou Pelizzaro, apesar do câmbio valorizado ser prejudicial à economia do País no médio prazo, no momento o dólar baixo estaria ajudando a conter os preços.

 

"Os importados ajudam a cobrir essa diferença entre demanda e oferta. O problema é que o aumento dos juros também tende a reduzir os investimentos, o que pode piorar ainda mais essa relação", concluiu.

 

Veículo: O Estado de S. Paulo


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