Camil, Cosan e Gávea se unem para formar nova companhia de alimentos

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A Camil Alimentos, maior indústria de beneficiamento de arroz e feijão da América Latina, a Cosan Alimentos, dona das marcas de varejo de açúcar União e da Barra, e a Gávea Investimentos, que administra um patrimônio de mais de R$ 13 bilhões, anunciam hoje uma associação para criar uma nova companhia de alimentos com valor de mercado próximo de R$ 3 bilhões. Segundo apurou o Valor, a Gávea terá participação de 30% no negócio, a Cosan deterá 12% e o restante pertencerá à Camil.

Pela associação, a Cosan ainda receberá um valor entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a família controladora da Camil quis manter uma participação acima de 50% no negócio. Já a Cosan confirmou na operação sua estratégia de se consolidar mais como uma empresa de energia do que de alimentos.

A Cosan Alimentos, que em julho de 2011 deixou de ser uma divisão da Cosan S.A. para se tornar uma empresa com razão social própria, processa mais de 600 mil toneladas de açúcar bruto para produzir os açúcares brancos de maior participação de mercado interno. Somente o açúcar União tem mais de 30% de "market share" no país.

Já a gaúcha Camil, até então a maior beneficiadora de arroz e feijão do país, há quatro anos iniciou sua internacionalização e é atualmente também a maior empresa do segmento na América do Sul com faturamento próximo de R$ 2 bilhões. Somente em arroz, a empresa soma capacidade para beneficiar 1,3 milhão de toneladas de grãos, posição alcançada após a compra, em 2007, da sua concorrente uruguaia Saman, na época, por US$ 160 milhões.

Em 2009, a Camil adquiriu a Tucapel, líder em beneficiamento de arroz no Chile. Em 2010, abocanhou a Compañia de Alimentos da América (Cada), líder em vendas de arroz e leguminosas como feijão e ervilhas no Peru. Em seguida, entrou no segmento de pescados em conserva com a aquisição da catarinense Femepe, dona das marcas Alcyon e Pescador e, no ano passado, comprou a marca de pescados Coqueiro, pertencente à americana PepsiCo.

Com o negócio que será anunciado hoje no Brasil Cosan, Camil e Gávea buscam ganhar envergadura para disputar com mais força espaço no varejo brasileiro de alimentos. A Gávea entrou no capital da Camil no ano passado. A beneficiadora vendeu participação correspondente a 31,75% de seu capital social para um fundo de private equity gerido pela Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. A operação parece ter adiado, pelo menos por enquanto, os planos da Camil de abrir capital.

Procurada, a Cosan não comentou. Os executivos da Gávea não foram encontrados. A Camil apenas confirmou que há negociações.


Veículo: Valor Econômico


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