Negócios a prazo cresceram 0,2% em novembro e vendas à vista tiveram alta de 1,8%, aponta ACSP
O varejo encerrou novembro com fraco desempenho de vendas e em trajetória de desaceleração no ano. Isso indica que, até momento, os negócios, especialmente a prazo, ainda não deslancharam por ocasião do Natal, apesar dos juros cadentes. Endividamento e inadimplência elevados são os principais obstáculos a uma reação do crédito ao consumidor que, segundo projeção da Serasa Experian, deve ocorrer a partir de abril de 2013.
No mês passado, as consultas para venda financiadas cresceram apenas 0,2% em relação ao mesmo período de 2012, levando-se em conta o mesmo número de dias úteis, segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), baseada numa amostra de dados de clientes da empresa Boa Vista Serviços. O volume de negócios com cheque aumentou 1,8%, nas mesmas bases de comparação. E, na média dos dois sistemas, o ritmo de crescimento foi de 1%.
De janeiro a novembro, a taxa média de crescimento das vendas à vista e a prazo foi de 2,7%. Em outubro, esse indicador era maior, crescia 2,9%. Isso indica uma tendência de desaceleração. "O feriados prolongados de novembro prejudicaram as vendas. Foi uma desaceleração circunstancial", diz o economista da ACSP, Emílio Alfieri. Mas o prognóstico do presidente da entidade, Rogério Amato, é que o pagamento da 1.ª parcela do 13º salário combinado com o aumento do emprego e da renda deve mudar essa tendência este mês.
De toda forma, o crescimento de 2,7% do varejo no ano, até novembro, é consistente com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), diz Alfieri. Como varejo normalmente cresce dois pontos a cima do PIB, por esses números a economia brasileira estaria crescendo 0,7%.
Calote. Na análise do assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, a venda a prazo não deve ser nada espetacular neste Natal e só vai reagir em abril do ano que vem, conforme aponta o indicador de perspectiva de crédito ao consumidor para seis meses, que considera 325 variáveis. Endividamento elevado e calote em alta impedem o deslanche do crédito.
No mês passado, a inadimplência líquida, que considera o saldo entre calotes e renegociações em relação às vendas a crédito de três meses anteriores voltou a subir e atingiu 3,7%.
Veículo: O Estado de S.Paulo