A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 2,2 bilhões na terceira semana de abril, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O resultado se deve a US$ 4,6 bilhões em exportações e US$ 6,9 bilhões em importações. O desempenho negativo na balança comercial reverte o superávit obtido nas duas primeiras semanas do mês, que agora acumula saldo negativo de US$ 1,3 bilhão. O avanço das importações e a queda da exportação, puxada pelo petróleo, contribuíram para o resultado.
Segundo o Mdic, o déficit bilionário na terceira semana "foi consequência da normalização de registros da importação de combustíveis no Siscomex referentes às semanas anteriores de abril e a transações realizadas em 2012. As compras de combustíveis cresceram 785,1% na terceira semana de abril quando comparado com as duas primeiras semanas do mês. O resultado aprofunda o déficit da balança no ano, que atingiu US$ 6,5 bilhões - o maior saldo negativo acumulado de janeiro à terceira semana de abril da série histórica do Mdic.
Apesar da elevação do valor desembarcado em combustíveis e lubrificantes na terceira semana de abril, esse item não teve grande impacto na média da importação total acumulada no mês, na comparação com abril do ano passado. Nessa comparação, houve elevação de 9%. A variação foi menor do que a da importação total, que cresceu 10,4% nos mesmos critérios. Setores importantes na importação, como de equipamentos elétricos e eletrônicos e automóveis tiveram elevação maior, de 11,7% e de 11,1%, respectivamente.
Ao mesmo tempo que a importação cresceu, as exportações caíram. A média diária de US$ 942,7 milhões nas exportações até a terceira semana de abril é 3,6% inferior à média diária dos embarques realizados em todo o mês de abril do ano passado.
As exportações de produtos básicos caíram 3,5%, de US$ 503,7 milhões da média diária de abril de 2012 para US$ 485,9 milhões até a terceira semana deste mês, por causa, principalmente, de petróleo em bruto, trigo em grãos, carne suína, café em grão, fumo em folhas e minério de ferro. O embarque de petróleo sofreu redução de 58,8% no acumulado até a terceira semana deste mês, na comparação com a média diária do mesmo mês de 2012. Tirando o petróleo e seus derivados da conta de exportação, os embarques teriam tido alta de 7%. O avanço da soja amenizou parte da queda do petróleo. A média diária exportada do grão nas três primeiras semanas de abril teve alta de 37,2% em relação à média diária de abril do ano passado.
A venda de semimanufaturados caiu 1,4% na comparação entre médias diárias, passando de US$ 110 milhões em abril de 2012 para US$ 108,5 milhões no acumulado deste mês. O resultado se deve ao menor embarque de semimanufaturados de ferro/aço, óleo de soja em bruto, ferro ligas, ferro fundido e celulose. No caso de manufaturados, os embarques apresentaram baixa de 4,2% para média diária de US$ 326,1 milhões. As maiores retrações foram registradas nas vendas de aviões, óleos combustíveis, máquinas para terraplanagem, entre outros.
Veículo: Valor Econômico