Em meio a pressões inflacionárias, Copom elevou taxa básica na semana passada para 7,5%
Presidente diz que juros se ajustaram a 'padrões internacionais' e volta a falar em rigor no combate à inflação
A presidente Dilma Rousseff disse ontem que os juros vão continuar "subindo e descendo no país", mas num nível mais "adequado aos padrões internacionais".
Na semana passada, em meio a pressões inflacionárias, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, subiu a taxa básica de juros (a Selic) para 7,5% ao ano (estava em 7,25%).
Foi o primeiro aumento dos juros desde julho de 2011.
"Este país tem de crescer acelerado. Fizemos um grande esforço, do início do governo até hoje. Primeiro, reduzimos os juros brasileiros para patamares aceitáveis", afirmou Dilma, durante discurso no 2º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, em Brasília.
"Reduzir os juros para patamares menores não significa que ele não suba e não desça. Ele vai continuar subindo e descendo, mas ele vai fazer isso num nível mais adequado para os padrões internacionais e, portanto, para [patamar] mais competitivo."
A declaração da presidente foi dada à noite a uma plateia repleta de prefeitos.
No início da tarde, contudo, Dilma havia afirmado a jornalistas que não falaria de juros para que suas palavras não fossem "distorcidas". Ela não citou o episódio da África do Sul no fim de março.
Na ocasião, Dilma afirmou não acreditar numa política de combate à inflação que comprometesse o crescimento do país. O mercado financeiro interpretou a fala como leniência em relação ao combate às altas dos preços.
Dilma reagiu dizendo que houve "manipulação" de sua fala e que "o combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do governo".
RIGOR
Ela voltou a falar sobre inflação, ao dizer que é preciso rigor orçamentário e cuidado com as contas públicas.
"Garanto que as contas fiscais sejam estáveis, e tenho que garantir também que a inflação neste país esteja sob controle", disse.
Eu tenho um Orçamento dado e regras bem claras, não posso criar despesa sem apontar receita, e isso cria para o governo federal regras bem claras de gestão dos recursos públicos."
Veículo: Folha de S.Paulo