EUA e Japão derrubam Bolsas no mundo

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Principal índice do mercado de ações do Brasil fecha abaixo de 50 mil pontos pela 1ª vez desde agosto de 2011

Japão não ampliou estímulos econômicos e frustrou investidores; dúvidas sobre EUA também pressionam

Dúvidas sobre o futuro de medidas de estímulo a economias importantes, como EUA e Japão, derrubaram Bolsas do mundo todo ontem, com reflexo na do Brasil.

O principal índice local, o Ibovespa, caiu 3% para o menor nível desde 8 de agosto de 2011: 49.769 pontos.

A desvalorização para menos de 50 mil pontos é um marco preocupante para quem aplica na BM&FBovespa, que não tem conseguido se recuperar desde a crise financeira global de 2008.

Naquele ano, o Ibovespa chegou a 73.516 pontos, o máximo histórico.

Ontem, a fuga dos investidores de alternativas consideradas de maior risco, como ações, foi generalizada.

Havia nos mercados a aposta de que o BC japonês anunciaria novas medidas de estímulo, o que não ocorreu, frustrando expectativas.

Além disso, permanece a perspectiva de que o BC americano possa reduzir os estímulos monetários nos EUA e, depois, subir os juros do país (hoje próximos de zero).

Nesse contexto, títulos públicos americanos, remunerados pela taxa de juros e considerados de baixo risco, passam a ser mais atraentes.

No cenário brasileiro, são fatores de pressão o Produto Interno Bruto (PIB) fraco e a inflação alta, além da ameaça da agência internacional de classificação de risco Standard & Poor's de reduzir a nota atribuída ao país.

RISCO BRASIL


O comportamento de um instrumento financeiro chamado CDS (Credit Default Swap), espécie de seguro contratado pelos investidores contra calotes, mostra que os estrangeiros estão mais desconfiados do Brasil.

O CDS mais negociado do país subiu para 178,7 pontos ontem, saindo de 171,5 no dia anterior. Há 30 dias, estava em 106,5 pontos.

Isso significa que, ontem, para proteger US$ 10 milhões emprestados a uma instituição brasileira por um ano, o investidor pagava US$ 171,5 mil pelo seguro. Há 30 dias, esse valor era de US$ 106,5 mil. Quanto maior o risco percebido, maior o preço.

Como base de comparação, o CDS do México subiu para 136,8 pontos, de 130,5 na véspera. E o do Peru, para 145,5 pontos, de 135,6 pontos.

Para analistas, deve haver fuga de recursos estrangeiros do Brasil pelo menos até que se definam os estímulos em países desenvolvidos.

O dólar abriu o dia em alta ontem no Brasil, o que levou o BC a fazer duas intervenções para conter a cotação. A moeda fechou em queda de 0,21%, a R$ 2,142.



Veículo: Folha de S. Paulo


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