O Brasil é o país mais protecionista entre os integrantes do G-20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, de acordo com o Índice de Abertura de Mercados, calculado pela Câmara de Comércio Internacional (CCI). O Brasil aparece na 67º posição em um ranking total de 75 países. A pontuação do Brasil ficou em 2,2, de uma escala que vai de 1 a 6. Quanto menor a pontuação nessa escala, menor é a abertura de mercado do país.
Entre os países do G-20, o Brasil é o menos aberto. A Índia registrou pontuação de 2,5 e ficou na 64ª posição. De acordo com o CCI, os dois países têm notas baixas em política comercial, com 2 e 1,7, para Brasil e Índia, respectivamente. De acordo com o relatório, a abertura comercial da Índia supera a do Brasil, principalmente, pelo crescimento mais rápido das importações. Entretanto, o Brasil tem pontuação melhor em infraestrutura para o comércio.
Segundo a CCI, as melhores pontuações, entre os países do G-20, são do Canadá (19ª posição no ranking total), da Alemanha (22ª) e do Reino Unido (29º).
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que sedia o comitê brasileiro da entidade, a CCI (cuja sigla em inglês é ICC, de International Chamber of Commerce), foi criada em 1919 para promover boas práticas comerciais.
O diretor do departamento econômico do Ministério das Relações Exteriores, Paulo Estivallet, destacou nesta terça-feira a importância do setor privado para desmascarar as medidas protecionistas adotadas pelos parceiros comerciais do Brasil. "Salta aos olhos o fato de que a motivação não é a preocupação com a saúde ou o meio ambiente, e sim a economia", disse em painel sobre os desafios regulatórios do País no exterior, em São Paulo.
No caso dos produtos geneticamente modificados, observou ele, derrubar as barreiras é ainda mais complicado porque as normas aplicadas ao produto importado são menos tolerantes que as adotadas no mercado doméstico. "Ao longo da última década, foram rejeitadas diversas ajudas alimentares à África pela simples presença de um gene no contêiner", lembrou Estivallet.
De acordo com ele, são poucos os países africanos que atualmente possuem regulamentação para organismos transgênicos. "É uma nova fronteira", disse o diretor. Estivallet considera que facilitar as exportações de transgênicos requer esforços nas áreas política e jurídica. Entre os mercados que dificultam o acesso de produtos geneticamente modificados, ele citou a União Europeia e a China. "Eventos são aprovados, mas a previsibilidade é pequena. Acompanhamos diariamente a liberação da Intacta RR2 pela China nos últimos meses e o anúncio do ministério essa semana foi uma surpresa", contou. A Monsanto aguardava o aval dos chineses para lançar comercialmente a variedade no Brasil.
Veículo: DCI