Na passagem de janeiro para fevereiro, a produção industrial avançou em nove das 14 regiões brasileiras pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com resultados muito díspares. Enquanto a produção aumentou 13,7% na Bahia e 8,3% no Espírito Santo, ela caiu 5,6% em Pernambuco e 4,6% em santa Catarina, sempre na comparação entre fevereiro e janeiro na série com ajuste sazonal do IBGE. Na média, a produção industrial cresceu 1,8%, e São Paulo teve desempenho abaixo da média, com apenas 0,5% de crescimento.
Na Bahia, parte do crescimento expressivo decorreu do forte crescimento na produção de veículos, que em fevereiro foi 27% superior a de janeiro, mas sem ajuste sazonal. O expressivo crescimento da indústria geral (13,7%), no entanto, ainda não foi suficiente para reverter a perda acumulada entre agosto de 2008 e janeiro de 2009 (-20,6%). Em relação a fevereiro de 2008 a retração verificada ficou em 10,0%, a quinta taxa negativa consecutiva. Nesta comparação, cinco setores baianos exibiram queda na produção, com as maiores contribuições negativas vindo dos setores de metalurgia básica (-24,6%), produtos químicos (-21,8%) e refino de petróleo e produção de álcool (-7,5%). Por outro lado, as principais influências positivas foram veículos automotores (35,9%) e alimentos e bebidas (16,6%).
Em São Paulo, a atividade das montadoras também ajudou o Estado, com alta de quase 9%, também sem descontar variações sazonais. Em contrapartida, na média paulista, os setores de máquinas e equipamentos de informática (menos 21% ), bebidas, celulose e refino de petróleo afetaram negativamente o resultado.
Ao analisar o resultado de São Paulo, o IBGE destacou que "o indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde julho do ano passado, atingiu 0,8% em fevereiro, sua marca mais baixa desde fevereiro de 2004 (-0,3%)." na comparação com fevereiro de 2008, a indústria paulista registrou queda de 17,5% , com desempenho negativo de 16 entre os 20 investigados pelo IBGE. Máquinas e equipamentos (-38,0%), veículos automotores (-27,8%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-57,4%) e outros produtos químicos (-21,8%) exerceram as contribuições mais significativas na formação da taxa geral.
No primeiro bimestre, São Paulo acumulou queda de 17,7% sobre igual período de 2008. Neste resultado, três setores (veículos automotores, máquinas e equipamentos e material eletrônico e de comunicações) responderam por 61% da queda.
Na avaliação do Instituto para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o fraco resultado industrial de São Paulo reforça a ideia de que o desempenho do país em fevereiro (alta de 1,8% sobre janeiro) foi "motivado por fatores pontuais" e a recuperação pode demorar mais para aparecer de forma consistente.
Na comparação com o segundo mês de 2008, de acordo com o IBGE, 13 localidades verificaram recuo de dois dígitos na produção industrial e apenas uma - o Paraná - apresentou expansão, de 1,5%. Nas demais localidades investigadas pelo IBGE, houve queda na produção industrial em relação a fevereiro de 2008, como no Espírito Santo, com recuo de 29,5%, principalmente devido ao comportamento das indústrias extrativas (-60,8%) e metalurgia básica (-32,7%). Também registraram declínio mais marcado do que a média nacional (-17%) as indústrias em Minas Gerais e Amazonas, onde a atividade diminuiu 26% e 20,8%, na ordem.
Veículo: Valor Econômico