Preço de exercício mais elevado do que o valor de mercado torna vendas do produto ao governo bom negócio
A venda de café ao governo é um bom negócio para os produtores que participaram dos leilões de contratos de opção, cujo primeiro vencimento ocorreu sexta-feira. A opção de entrega ao governo deve se confirmar porque o preço de exercício de R$ 303,50 a saca de 60 quilos é mais elevado do que o valor de mercado (cerca de R$ 265/R$ 272 a saca). O período de entrega vai até 30 de novembro.
Nesse primeiro vencimento, 1 milhão de sacas deverão ser retiradas do mercado, no limite de 400 sacas por produtor. O exercício da opção para o primeiro lote resultará em valor líquido recebido pelo cafeicultor de R$ 288,80 a saca, conforme cálculo do pesquisador Celso Luis Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura paulista. "O preço de exercício vai garantir subsídio de 5% a 10% em relação ao preço de mercado, dependendo da origem do grão. O preço das opções foi bem calibrado." Com o exercício das opções, o cafeicultor ganha algum fôlego com remuneração de parte dos custos, podendo manter a estrutura produtiva.
Pela análise de Vegro, o produtor "deixou de amealhar mais vantagens" por causa das chuvas fora de época, que prejudicaram a qualidade dos grãos na colheita. Conforme Vegro, constituir um lote de 400 sacas de café tipo 6, bebida dura, tem exigido, em média, mais de 500 sacas de produto bica corrida, o que acarreta maiores despesas com o beneficiamento duplo. O especialista considera que alguns aspectos podem ser aprimorados para os próximos vencimentos, como uma flexibilização na regra de qualidade para entrega dos lotes e a liquidação financeira dos contratos.
Veículo: O Estado de S.Paulo