Concentração das entregas de fornecedores em um único centro de distribuição vai gerar economia de R$ 15 milhões
O Makro, maior atacadista do país, começa a desenhar uma mudança significativa em seu plano logístico. Até o mês passado, a empresa fazia seus fornecedores entregarem as mercadorias diretamente em cada uma de suas 72 lojas. Agora, com a inauguração de um centro de distribuição (CD) em Taboão da Serra (SP), localizado a 17 quilômetros do escritório central, 410 de um total de 2 mil fornecedores poderão entregar todos seus produtos em um único endereço. O Makro, por sua vez, se encarregará de enviá- los para as lojas de destino. A nova operação deve representar uma economia de R$ 15 milhões por ano, segundo estimativa do próprio atacadista.
“Estamos terminando de negociar com os fornecedores. Antes cada loja era seu próprio centro de distribuição. Como mais de um terço das nossas unidades era concentrado em São Paulo, não havia por que fazer diferente”, conta Rubens Batista Júnior, presidente do Makro. Com uma média de oito a dez inaugurações por ano, a rede tomou corpo e se viu forçada a mudar sua estratégia. Depois da inauguração da loja de Rio Branco (AC), que acontecerá até o final do ano, a rede só não estará presente nos estados de Roraima e Amapá. Há ainda inaugurações previstas para as cidades de Santos (SP), Mogi das Cruzes (SP) e Itabuna (BA).
Metas e resultados
O novo centro de distribuição, de 27 mil metros quadrados, receberá 40% do total de mercadorias e será como uma extensão do escritório central, com espaço reservado para os gerentes poderem negociar com os fornecedores. “Centralizando a distribuição, o Makro prestará um serviço aos fornecedores. Com isso, ganharemos descontos nas negociações”, diz Batista. Pelas estimativas da empresa, que tem o transporte de mercadorias terceirizado, deixarão de ser utilizados cerca de 50 caminhões de entrega. “É claro que fornecedores como a Ambev, por exemplo, deverão continuar entregando seus produtos diretamente nas lojas. A Inbev tem uma forte estrutura logística”, diz Batista.
A nova logística também permitirá ao Makro ser mais eficiente na reposição de produtos,diminuir os estoques das lojas pela redução do ciclo de reposição, além de minimizar os custos indiretos pela diminuição da emissão de faturas.
O atacadista prevê fechar o ano com faturamento de R$ 4,7 bilhões, crescimento de 10% em relação ao ano passado. O lucro líquido deve se manter próximo ao valor registrado em 2008, que foi de R$ 99,6 milhões.
Novo negócio
No início do ano, a meta da empresa era crescer até 15%, com possibilidade de chegar a 20%. Mas o Makro sentiu o impacto da queda do valor das commodities, além de diminuição na venda de produtos de maior valor como eletroeletrônicos.
A rede está tentando fortalecer sua presença em eletroeletrônicos, por meio da marca Eletro Atacado Makro, canal de televendas para empresas que compram estes produtos para oferecer como brinde; além de pequenos revendedores que não são atendidos diretamente pela indústria. A nova marca ainda foca em empresas que precisam destes itens em grande volume como as redes hoteleiras. “Por enquanto, o Eletro Atacado Makro ainda representa pouco em nossas vendas, cerca de 1%”, afirma Batista, sem revelar qual é a meta para o segmento, onde a concorrência tende a crescer. Por ter margens mais atrativas, ele está na mira de diversas varejistas de alimentos.
Veículo: Brasil Econômico