A indústria de produtos de limpeza doméstica vai encerrar 2009 com crescimento da ordem de 7% sobre o ano passado, atingindo faturamento em torno de R$ 12 bilhões. O crescimento em volume deve ser superior a 8%. A estimativa é da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza (Abipla), que divulga o balanço do setor em evento em São Paulo no próximo dia 27. Segundo a entidade, o temor diante da disseminação do vírus H1N1, da gripe suína, fez o consumidor ficar mais em casa e usar mais produtos de limpeza, também como prevenção.
"A preocupação com a gripe suína despertou no consumidor o vínculo entre saúde pública e limpeza doméstica", diz Maria Eugenia Saldanha, diretora da Abipla. Também em 2009, diz ela, a contenção de gastos por conta da crise contribuiu para que o consumidor ficasse mais tempo em casa e usasse mais produtos de limpeza.
Os números da cesta de limpeza da Nielsen apontam crescimento ainda maior no consumo. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a cesta de limpeza caseira, formada por 25 categorias de produtos, subiu 8,8% em valor e de 3% em volume, em relação ao mesmo período do ano passado. O total movimentado nos oito primeiros meses do ano foi de R$ 7,87 bilhões.
De acordo com Maria Eugenia, os produtos que apresentaram as maiores variações positivas são os líderes da cesta de consumo: detergente em pó (alta de 8%) e amaciante (crescimento de 7%). Juntos, as duas categorias representam 40% do faturamento do setor.
"O fato de o crescimento em volume estar em sintonia com o crescimento em valor demonstra que a indústria tem procurado manter o preço dos produtos, repassando ao consumidor o ganho com a redução do IPI, obtida em outubro de 2007", diz Maria Eugenia. O imposto foi reduzido de 10% para 5%.
Tanto as exportações quanto as importações do setor caíram em 2009: 12,6% e 17,4%, para US$ 270,2 milhões e US$ 420 milhões, respectivamente.
A Abipla está empenhada em regularizar a fabricação de produtos de limpeza, uma vez que 90% do setor é formado por micro e pequenas empresas. Em parceria com a Anvisa e o Sebrae, a entidade lançou o Programa de Mobilização para Regularização de Empresas do Setor de Saneantes. Também lançou o projeto Dê a Mão para o Futuro, com o objetivo de devolver as embalagens às empresas geradoras e diminuir assim o impacto ambiental. O projeto começou pelo Rio de Janeiro e conta com cooperativas de catadores. (DM)
Veículo: Valor Econômico