Venda forte no Natal leva comércio a cortar promoções

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Com estoques baixos, varejo deverá fazer pedidos para as indústrias mais cedo do que o previsto

 

Três pesquisas divulgadas ontem indicam aumento de vendas do comércio neste Natal na faixa de 6% em relação à mesma data de 2008. O bom desempenho do varejo neste mês sinaliza que as liquidações pós-Natal serão mais escassas e o ano vai começar acelerado para a indústria, que terá de repor os estoques das lojas.

 

Sondagem pós-Natal da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio- SP) feita com 190 lojas aponta que o faturamento real do varejo cresceu 6,4% no Natal, em relação a dezembro de 2008. Dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostram que as consultas para vendas à vista e a prazo recebidas pela entidade aumentaram, em média, 6% até o Natal, na comparação com os mesmos dias do ano passado.

 

O indicador Serasa Experian de Nível de Atividade do Comércio revela que no último fim de semana antes do Natal as consultas recebidas pela empresa para aprovar transações no varejo aumentaram 6,8% no País na comparação com igual período de 2008. Na semana do Natal, o acréscimo foi de 4,1% na mesma base de comparação.

 

"Esse resultado foi excelente para o que foi este ano", afirma o economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo. Ele destaca que o comércio deve começar 2010 com estoques baixos e fazer os pedidos para as indústrias mais cedo que o previsto, puxando o ritmo de atividade das fábricas.

 

Esse cenário favorável que, segundo o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, foi patrocinado pelo aumento do emprego, da renda e especialmente pela expansão do crédito, deve garantir também a efetivação dos trabalhadores temporários contratados pelas lojas para as festas de fim de ano.

 

De acordo com pesquisa da Fecomércio-SP, 41% das empresas consultadas informaram que contrataram temporários para este Natal e 85% delas demonstraram intenção de tornar efetivos esses trabalhadores. "Isso significa que o emprego estará garantido para janeiro", afirma o assessor econômico da Fecomércio-SP, Fábio Pina.

 

O outro lado da moeda, observa Pina, é que, por causa do bom desempenho do Natal, o consumidor não deve esperar grandes promoções, especialmente no caso de artigos de vestuário. Segundo pesquisa da entidade, as vendas de semiduráveis aumentaram 7,4% em relação ao Natal passado, enquanto as de bens duráveis tiveram um acréscimo de 4,2%.

 

Por enquanto, só duas grandes redes saíram com saldões. As Casas Bahia iniciaram a promoção com desconto de 50% no sábado e parcelamento em 17 vezes no cartão próprio. O Ponto Frio e o Extra, do Grupo Pão de Açúcar, também começaram o saldão no dia 26, com descontos de até 50% para eletroeletrônicos, artigos de utilidade doméstica e itens de vestuário e a possibilidade de parcelar em 24 vezes no cartão próprio.

 

A pesquisa da Fecomércio-SP indica também que o cartão de crédito foi o meio de pagamento preferido pelo consumidor neste Natal, com 56% de participação nas vendas do comércio em geral, 58% no caso dos artigos de vestuário e 54% nos bens duráveis.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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