Varejo de vestuário aposta no público jovem para crescer 7%

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As redes do comércio têxtil estão animadas com as projeções de crescimento de 7% do varejo no próximo ano e apostam no público jovem para aumentar em 30% o faturamento em 2010. Para atrair clientes com idade média de 25 anos, a rede Vila Romana deve investir na inauguração e reforma de suas 31 lojas para oferecer peças no estilo casual e não ficar presa apenas aos trajes sociais que a consagraram como marca de roupas de um público de idade média de 50 anos.

 

De acordo com a gerente de Marketing da grife, Rita Coelho, a ideia é reposicionar a marca para conquistar clientes pelo menos 15 anos mais jovens. De acordo com a executiva, o projeto é mudar a imagem atual de loja que vende apenas trajes sociais dentro de um período de cinco anos, quando todas as unidades da Vila Romana já estarão operando dentro do novo conceito - o que deve acontecer no máximo em dois anos - para fazer a loja ficar mais aconchegante e, ao mesmo tempo, sair um pouco do estilo tradicional. "Queremos que o padrão novo dê maior visibilidade ao estilo jovem", conta a gerente de Marketing da rede.

 

Mês passado a empresa inaugurou uma loja com o novo conceito no Shopping Morumbi, em São Paulo. "Estamos privilegiando as peças casuais com um espaço maior na entrada, enquanto os ternos ganharam os fundos", conta Rita.

 

Para Silvyo Mandel, presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim), a diversificação do mix de produtos nas lojas de roupas é uma tendência que vem ganhando espaço entre as grifes mais tradicionais para ganhar o publico jovem, que hoje é o maior comprador do setor têxtil. "Hoje o desejo de todas as lojas de roupas é atender a uma classe média com idade entre 20 e 40 anos", explica.

 

Mandel acredita que a movimentação dos varejistas do setor têxtil para alcançar novos públicos é fruto de um otimismo das projeções para o próximo ano, quando o setor deve crescer 7% e superar as dificuldades que o afetaram durante 2009, principalmente no primeiro semestre, em decorrência da crise global. "As vendas estão se recuperando, e com isso o setor fica muito esperançoso para que no próximo ano a coisa seja ainda melhor", diz. O presidente da Abeim ressalta que os lojistas fazem planos para as vendas a partir deste verão, quando o movimento nas lojas aumenta por causa das vendas para as festas de fim de ano. "Em alguns meses nós tivemos vendas mais baixas e, mesmo assim, já vendemos mais do que em 2008." Desta forma Silvyo Mandel acredita que as projeções da Abeim para o setor, feitas no início do ano, devem se confirmar. "Vamos fechar este ano dentro do previsto, com crescimento de 6%", afirma.

 

Volta ao mercado

 

De olho no consumidor jovem, a Marisol, empresa há mais de 45 anos no mercado de vestuário que tem nove marcas está relançando a Pakalolo, grife direcionada para o jovem urbano que foi famosa nas décadas de 1970 e 80. Segundo Roberto Keiber, diretor da unidade de consumo, a intenção é fechar 2010 com vinte lojas franqueadas e faturamento estimado em R$ 70 milhões. "O foco é colocar a Pakalolo nos principais shopping centers do País".

 

Para garantir o sucesso desta retomada da marca, a franqueadora pretende usar a experiência que conquistou ao atuar por 10 anos no mercado de franchising, com grifes como: Lilica Ripilica, (infantil), Rosa Chá (moda praia feminina) e Stereo (jeans wear).

 

"A marca retorna ao mercado em um momento importante e com uma boa estrutura, que vai manter o alto padrão que aplicamos em outras franquias."

 

De acordo com Keiber, a ideia é dar à marca a estrutura necessária para uma expansão sustentável, com um máximo cem lojas espalhadas pelos principais centros de compras e ruas como a Oscar Freire, em São Paulo, frequentada por consumidores de grifes famosas. "Pretendemos fazer uma seleção rigorosa para manter a qualidade dos produtos e do atendimento. Todos os franqueados terão o padrão Marisol", diz.

 

A marca foi incorporada ao grupo em 2005, depois de uma série de pesquisas que revelaram que o nome Pakalolo era bem conceituado entre os antigos clientes, além de ser lembrado pelas nova gerações. Antes, porém, de trazer a marca de volta ao mercado foram encomendadas pesquisas de mercado com a finalidade de traçar estratégias de posicionamento da grife. "A Pakalolo teve índice de rejeição zero, e isso foi muito bom", analisa.

 


Veículo: DCI


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