A privatização das rodovias federais deu impulso a um dos serviços que mais crescem no setor, o Sem Parar/Via Fácil, sistema de pagamento automático de pedágios e estacionamentos operado pelo grupo Serviços e Tecnologia de Pagamento S.A (STP). "Quanto maior a malha, mais atrativo o serviço fica para os usuários", afirma Pedro Donda, presidente da STP, empresa que faturou R$ 1,1 bilhão no primeiro semestre e espera fechar o ano com uma receita de R$ 2,7 bilhões, frente aos R$ 2,1 bilhões obtidos em 2007. "Antes das concessões federais, a malha brasileira tinha cerca de 10 mil quilômetros de rodovias pedagiadas, dos quais em torno de 8 mil quilômetros no Sul/Sudeste, região em que a STP atua", analisa Pedro Donda. "Com a entrada da Parceria Público Privada (PPP) de Minas Gerais, que resultou na privatização da MG-050, e o acréscimo de todas as BRs recém-licitadas pelo Ministério dos Transportes, esse número pula para 13,8 mil quilômetros de estradas, nas quais estaremos presentes com o sistema", garante o empresário.
A estrutura para a implantação do pedágio automático no Brasil, cuja tecnologia foi importada da Noruega, consumiu investimento superior a R$ 500 milhões. O STP sozinho investiu R$ 100 milhões, desde sua criação, no ano 2000. Neste ano, o grupo já contabiliza 1 milhão de veículos cadastrados, frente aos 910 mil ao longo de 2007, e projeta chegar a dezembro com 1,3 milhão, crescimento superior a 30%. "Hoje, o STP cobre 80% da malha pedagiada. No final do ano, com a implantação das federais, que aumenta a base de veículos, vamos pular para 90% de cobertura", prevê Donda, que anuncia até dezembro investimentos de R$ 25 milhões no negócio, tocado por 500 funcionários.
Economia de tempo e a comodidade de não ter que manipular dinheiro e esperar troco, segundo Donda, explicam o aumento da adesão dos motoristas ao Sem Parar/Via Fácil. O sistema está disponível num total de 25 operadoras de rodovias nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná - entre elas, sete federais recém-licitadas e o Rodoanel paulista -, uma cobertura de 12.760 quilômetros de um total de 13.800 quilômetros de malha pedagiada no Brasil. Responde, em média, por 38% de todas as passagens nos pedágios das estradas, chegando, em algumas praças, a 70%.
"Do Rio Grande do Sul às fronteiras com o Espírito Santo, os adeptos do Sem Parar/Via Fácil viajam com a comodidade de poder pagar pedágio só no final do mês", afirma Pedro Donda. O sistema permite que o veículo trafegue com um único dispositivo (tag) instalado no vidro dianteiro, que emite sinais de rádio captados pela antena do pedágio. A informação vai para o centro de operações, integrado a 20 instituições financeiras e a todas as bandeiras de cartões de crédito na operação débito, que fazem a cobrança posteriormente. A taxa de adesão é de R$ 56,20, válida por cinco anos, e a tarifa mensal da assinatura custa R$ 10,04 para carros de passeio e de R$ 11,20 para veículos de carga.
Veículo: Valor Econômico