Expansão da rede de supermercados está focada no Nordeste para marcas voltadas à 'nova classe média'
O Grupo Pão de Açúcar anunciou ontem o maior plano de investimento da história da empresa, que é líder do setor varejista e encerrou o ano passado com faturamento bruto de R$ 26 bilhões, incluindo as vendas do Ponto Frio. No triênio 2010 a 2012, a companhia comandada pelo empresário Abilio Diniz vai investir R$ 5 bilhões na abertura de 300 lojas de varejo de supermercados, postos de combustíveis, drogarias, infraestrutura e logística. Os rivais Carrefour e Walmart também anunciaram investimentos recordes para este ano.
A cifra do Pão de Açúcar, que é 70% superior à do triênio 2007 a 2009, não inclui a compra de outras varejistas, de postos de gasolina e drogarias que deverão ocorrer, além de investimentos no comércio online e nas redes de eletroeletrônicos e móveis Ponto Frio e Casas Bahia, que foram incorporadas.
O vice-presidente de Operações sênior do Grupo, Enéas Pestana, admite que o investimento poderá superar os R$ 5 bilhões previstos , já que o plano não considera as expansões do Ponto Frio e das Casas Bahia e o comércio online. A perspectiva é de que a unidade de negócio pontocom faça abertura de capital no primeiro semestre do ano que vem.
"Estamos muito otimistas para 2010", disse o executivo. Além do aumento da renda e do emprego, ele ressaltou que a Copa do Mundo, a eleição presidencial e o crescimento do mercado imobiliário são fatores que vão impulsionar o varejo em 2010. Só neste ano serão inauguradas 100 lojas, com a abertura de 10 mil postos diretos de trabalho. Ao fim do triênio, o grupo deve gerar 100 mil empregos diretos e indiretos.
O plano de investimento da companhia será bancado com a geração de recursos da empresa, disse o executivo. Ele frisou que a cifra inclui apenas o crescimento orgânico. Pestana disse que, "com qualquer taxa de crescimento, o faturamento do grupo deve ficar acima de R$ 40 bilhões neste ano".
FOCO
O foco dos investimentos do Grupo Pão de Açúcar será a região Nordeste, o segundo maior mercado consumidor do País. A expansão será feita especialmente por meio de lojas de vizinhança, que levam as bandeiras Extra Fácil e Extra Supermercado, e no modelo batizado de "atacarejo", que é uma mistura de atacado com varejo, voltado para os pequenos comerciantes, como vendedores de cachorro quente. Nesse caso, a bandeira do grupo é a Assai.
Segundo Pestana, é possível que a marca Extra Eletro, especializada em eletrônicos, que reúne hoje 40 lojas, deixe de existir e as unidades sejam convertidas para as marcas Casas Bahia e Ponto Frio. No caso do CompreBem, outra bandeira do grupo, a conversão para Extra está sendo considerada.
Veículo: O Estado de S.Paulo