Calor faz indústria atrasar venda de ovos de Páscoa

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Chocolates: Faturamento, no entanto, deve crescer, já que 85% do movimento se concentra no fim de março


 
Há um ano, os supermercados já estavam lotados de "parreiras" de Ovos de Páscoa. Mas quem foi fazer compra nos últimos dias sentiu falta da decoração de chocolate. A maior parte das lojas ainda está com todos os suportes montados, mas sem nenhum produto pendurado. O motivo? As altas temperaturas dos últimos dias. Para evitar perdas com ovos derretidos, a indústria resolveu atrasar a entrega, que em 2009 começou a ser feita antes mesmo da 4ª feira de Cinzas.

 

"O calor está assustando", diz André Matz, gerente comercial da chocolates Neugebauer. "Não adianta distribuir agora porque vai haver perda. Assim como os agricultores, agora a indústria só toma decisões com base na meteorologia. " Por isso, a venda no varejo dos chocolates começa, na maior parte das lojas, a partir de amanhã, quando as temperaturas devem baixar um pouco.

 

"A temperatura média deve cair um grau no Sudeste. Depois do dia 3 de março até o dia 9, as médias deverão cair um pouco mais", diz a meteorologista Caroline Vidal do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).

 

Para manter suas características e qualidade, o chocolate precisa ser comercializado em temperatura máxima de 25º C, segundo Alais Fonseca, gerente de marketing da Top Cau, que além de sua marca fabrica para vários supermercados. "Mesmo colocando as parreiras sobre as geladeiras de produtos refrigerados, a umidade prejudica o produto", diz ela.

 

Lojas com ar condicionado, claro, levam vantagem. "Estamos procurando escapar de pontos de venda com condições de temperatura inadequada", diz Metz. Nesse quesito, levam vantagem produtoras como a Cacau Show e a Kopenhagen, que comercializam seus chocolates com exclusividade em suas lojas próprias. Nas 260 lojas da Kopenhagen - onde a temperatura é controlada para ficar entre 18°C e 22°C, os ovos já estão expostos, assim como nas 800 lojas da Cacau Show, que aumentou sua produção em 42% e espera faturar 50% mais que na Páscoa anterior.

 

A Kraft Foods, dona da marca Lacta, também está esperando o calor amainar. E considerou as altas temperatura para definir a estratégia de marketing. Dona de 34,6% das vendas na Páscoa anterior, a empresa está lançando o ovo Chicabom, inspirado no picolé da Unilever, e o "Era do Gelo 3" com fator "Gela Boka". "É um ingrediente que oferece sensação de refrescância ao consumidor", diz Eduardo Caldas, diretor de marketing de chocolates da companhia. "A lembrança do sorvete também dá essa ideia. Sabemos que muitos consumidores colocam o ovo no congelador por uns momentos antes de comer para ter um chocolate mais durinho e fresco", afirma.

 

A Village, que produz ovos e colombas pascais , iniciou na semana passada a distribuição dos bolos. Mas está esperando para distribuir os ovos. "A colomba não derrete e não sente o calor ao contrário dos chocolates", diz Reinaldo Bertagnon, principal executivo da Panificadora Cepam, dona da Village.

 

Já a Mars não está muito preocupada, pois seu produto tem características diferentes. "No M&M, nosso carro chefe, o confeito que envolve o chocolate protege o produto de grandes temperaturas", diz Valdir Nascimento, gerente de marketing e de negócios da companhia. Ele espera vender 30% mais em volume que no ano passado. Outras fabricantes, como a Arcor, também estão otimistas. A empresa argentina projeta 10% de crescimento em volume. A Kraft, deve passar dos 21 milhões de ovos de 2009 para 23 milhões. Na Village, a expectativa é vender 40% mais em volume. Na Neugebauer, a meta é crescer 14% em volume. Mas e o calor? Ele não afeta as vendas? "Os últimos dez dias antes da Páscoa concentram 85% das vendas. A última semana fica com 75%", explica Caldas, da Kraft. E, segundo a meteorologia, no fim de março, as temperaturas devem cair.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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