Mexicana Coppel chega ao Brasil e vai à casa do cliente

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Varejista de móveis, eletroeletrônicos e vestuário, que fatura US$ 5,1 bilhões por ano, se adapta ao consumidor brasileiro


O estilo mexicano de varejo vai invadir de vez a vida dos brasileiros. Após a chegada da Elektra, em 2008, no Nordeste do país, é a vez da Coppel desembarcar por aqui nas próximas semanas. Revendedora de móveis, eletroeletrônicos, roupas e calçados, comfaturamento anual de US$ 5,1 bilhões, a empresa vai inaugurar suas primeiras lojas em Curitiba (PR) este mês.


As duas redes tem vários pontos em comum: trabalham no mesmo segmento, dedicam-se às classes mais populares e possuem banco próprio. Mas o mais marcante deles é o estilo: além das equipes de venda das lojas, ambas as varejistas contam comagentes de crédito que fazem visitas aos clientes em domicílio.


No México, o pagamento das compras realizadas na Coppel são feitos semanalmente. O cliente pode ir até a loja ou esperar, em casa, pela visita de um agente de crédito. No Brasil, a companhia vai adotar a mesma estratégia, mas ao invés de semanais as visitas serão mensais. “Nossos agentes levarão os boletos de pagamentos, além de informações sobre promoções novas”, diz Gilmar Godoy, presidente da Coppel no Brasil.


O executivo sabe dos desafios de adaptar o sucesso da corporação mexicana à cultura brasileira. A concorrente Elektra, por exemplo, enfrentou dificuldades. Os clientes da rede no Brasil consideraram invasivas as idas ao domicílio para a cobrança de parcelas atrasadas. Chegaram, em alguns casos, a formalizar reclamações em órgãos de defesa do consumidor. “Queremos aprender a operar da maneira que o povo brasileiro gosta de ser atendido”, diz Godoy. Para tanto, o presidente da Coppel no Brasil foi buscar no varejo de vestuário, alimento e eletroeletrônico nove executivos brasileiros. Eles se mudaram para o México, junto com esposas e filhos, para aprender como funciona o comércio por lá.


Godoy não se preocupa com gigantes como o grupo Pão de Açúcar, dono da Casas Bahia e do Ponto Frio, segundo diz. “Nossas lojas se assemelham muito mais ao formato das antigas lojas de departamentos”, afirma. O executivo ainda faz mistério sobre os investimentos. Em Curitiba, corre a notícia da abertura de quatro lojas e um centro de distribuição.


O processo de entrada na capital paranaense acontece simultaneamente ao de Buenos Aires, na Argentina. Godoy conhece bem o varejo do Sul do país. Ele já trabalhou na Disapel e comandou a Berlanda, ambas localizadas naquela região. Fundada há 70 anos , a Coppel é a segunda maior rede de eletros do ranking mexicano — a primeira é a Elektra e a terceira posição é da Liverpool — com um total de 900 lojas.


Desempenho


Em 2009, o varejo mexicano de roupas e calçados teve queda de 0,4% nas vendas, considerando- se o mesmo número de lojas do ano anterior, segundo a Associação Nacional de Lojas e Autosserviço e Departamentos do México (Antad). Já no segmento que engloba eletroeletrônicos, celulares, móveis, linha branca, linha marrom, ótica e jóias, a queda foi de 0,7%. Quando levamos em conta o número de lojas totais o crescimento foi de 5,2% e 5,1%, respectivamente.


No Brasil, o volume de vendas das varejistas de móveis e eletroeletrônicos cresceu 5,1% em 2009, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na categoria artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamento, ótica, joalheira, artigos esportivos, brinquedos, entre outros produtos, o crescimento foi de 11,9% em 2009.


Veículo: Brasil Econômico


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