Vacina vira nova aposta da Pfizer no país

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A farmacêutica americana Pfizer vai intensificar a comercialização de vacinas no Brasil. A empresa aguarda para este semestre autorização da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) para negociar a Prevenar 13, medicamento mais eficiente no combate de doenças pneumocócicas, que são responsáveis por um dos maiores índices de mortalidade infantil no mundo.


Esse segmento tornou-se o quarto maior negócio da Pfizer no Brasil, após a aquisição da Wyeth no ano passado, por US$ 68 bilhões. A divisão mundial de vacinas da farmacêutica responde por US$ 3 bilhões em faturamento. O Lipitor (combate o colesterol elevado) é o líder global da empresa, com US$ 13 bilhões em vendas, seguido pelo Enbrel, medicamento biológico indicado para o tratamento da artrite reumatoide, e Viagra. "O segmento de vacinas tornou-se um pilar importante para a Pfizer", disse Marcus Diniz, diretor da área de vacinas da companhia.


No Brasil, a Pfizer já comercializa vacinas para o combate de doenças pneumocócicas, com a Prevenar 7, e contra a meningite C, com a Meningitec. "A Prevenar 13, que foi aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador dos EUA, na semana passada, é mais completa", disse Diniz.


O novo medicamento tem seis sorotipos complementares, comparado com a Prevenar 7, explicou Diniz. "Há cerca de 90 tipos de bactérias que provocam doenças pneumocócicas. A Prevenar 13 cobre 90% deles, ante os 70% da que está atualmente no mercado", afirmou. Segundo ele, o novo produto é amplo, com maior eficiência no combate do sorotipo conhecido como 19A, um dos mais resistentes e temidos nesses casos.


Segundo Diniz, a companhia deverá submeter novo dossiê à Anvisa para poder comercializar a Prevenar 13 para adultos acima de 50 anos. A autorização que está sendo aguardada pela empresa é para a aplicação no país em crianças a partir dos dois meses de vida e entre 12 e 15 meses. A vacina deverá ser vendida, em um primeiro momento, para o setor privado.


A empresa tem em seu "pipeline" outros medicamentos, ainda em fase de pesquisas, voltados para o combate da meningite B, infecções intra-hospitalares e mal de Alzheimer. "Esses produtos fazem parte do portfólio da empresa nos próximos cinco anos. As pesquisas de vacina para meningite está na fase 2. O combate do Estafilococo Aureus, uma das bactérias mais comuns em infecções intra-hospitalar, está na fase 1, e para o mal de Alzheimer, considerado um produto revolucionário, está na fase 3", disse. O investimento global da Pfizer em pesquisa e desenvolvimento foi de US$ 7,7 bilhões no ano passado, o que corresponde a cerca de 15% do faturamento da companhia.


Com a aquisição do laboratório Wyeth, a Pfizer passa a atuar no Brasil em quatro áreas: farmacêutica, produtos de consumo, saúde animal e capsugel, com seis unidades comerciais. Essa recente compra tornou a multinacional americana uma das mais diversificadas do setor farmacêutico. No mundo, os negócios da companhia dividem-se em biofarmacêuticos e diversificados. 


Veículo: Valor Econômico


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