Para P&G, turbulência financeira afetará pouco a indústria e o varejo

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A crise financeira americana deve durar pouco, na opinião do diretor global de operações da Procter & Gamble, Robert A. McDonald, que esteve em São Paulo ontem para almoço comemorativo dos 20 anos da empresa no Brasil. "Esta é, sem dúvida, a maior crise desde 1945 (pós-guerra) no mercado financeiro. Claro que estou preocupado, mas a indústria não é o mercado financeiro", disse ele. "Será uma crise de curto prazo. Em menos de seis meses não vão mais falar disso", prevê, otimista, o executivo da maior empresa de bens de consumo do mundo. 

 

Mesmo com o agravamento da situação econômica nos Estados Unidos e o conseqüente arrefecimento do crédito, McDonald acredita que não haverá grande impacto para a indústria, em especial para a Procter & Gamble. A multinacional americana tem presença em 80 países, e por isso, menor dependência do mercado americano. 

 

"Mesmo que haja uma maior restrição ao crédito, isso não irá se estender ao varejo, muito menos aqui no Brasil. A crise tem mais a ver com bancos e financeiras. A P&G não tem envolvimento com essa especulação", diz ele, contrariando opiniões de analistas que prevêem uma desaceleração no consumo mundial. 

 

Segundo ele, a P&G mantém os planos de crescimento para o Brasil. "Nossa meta é aumentar as vendas por aqui a taxas acima do que as registradas em outros países onde atuamos. O Brasil ainda tem um mercado relativamente pequeno, há muito potencial de crescimento. Para se ter uma idéia, as vendas aqui ainda são um terço do que vendemos no México e muito menos do que nos EUA." No ano passado, as vendas mundiais da companhia somaram US$ 76,4 bilhões. 

 

No mundo todo, a Procter & Gamble fabrica e comercializa 400 marcas de produtos diversos, desde fraldas e sabão em pó a pilhas, café e salgadinhos. Desse total, apenas 40 produtos estão no mercado nacional. "Estamos trabalhando para trazer muito mais produtos e novidades para o Brasil", afirma, sem no entanto dar detalhes. Robert McDonald também não acredita que os investidores internacionais deixem de investir no país. Isso, segundo ele, pode acontecer com especuladores. "Mas para a indústria, a Procter & Gamble é um exemplo de que o Brasil é um ótimo mercado para investir. Histórias de sucesso como a da nossa fábrica de Manaus, que exporta produtos para 20 países, atraem investidores para cá. " 

 

Veículo: Valor Econômico


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