Escândalo do leite na China gera alerta global

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O escândalo da contaminação de leite e derivados da China levou ontem a gigante rede de supermercados britânica Tesco a anunciar a retirada de suas prateleiras de um tipo de bala fabricada China. Mais de uma dezena de países pelo mundo já proibiram ou recolheram produtos chineses que usam leite em suas fórmulas. O temor é que os efeitos da contaminação do leite com a substância chamada melamina se alastre por outros mercados.

 

A melamina é usada na fabricação de plástico e de fertilizantes e se ingerida pode provocar o aparecimento de pedras de nos rins e crises renais. O governo chinês revelou dias atrás que a substância tinha sido usada na fórmula de um alimento infantil do país. Quatro bebês morreram e 54 mil adoeceram na China, em casos associados à ingestão de produtos com o químico. 

 

Temores de que outros produtos como iogurtes, biscoitos e balas que usam lácteos em suas fórmulas e eventualmente podem estar contaminados estão fazendo com que diversos países estejam obrigando importados chineses a passarem por testes preventivos. 

 

O escândalo com a melamina se soma a uma série de outros escândalos recentes na China envolvendo má-qualidade de produtos alimentícios. Os países asiáticos são os mais atingidos pelo pânico de que o consumo de produtos contaminados detone uma crise de saúde pública. Em alguns países da região, os hospitais estão cheios de pais submetendo seus filhos a exames clínicos. 

 

Ontem a produtora de laticínios neozelandesa Fonterra Dairy Cooperative anunciou que o escândalo levou-a a dar baixa contábil em 70% do valor de sua afiliada na China, a Sanlu, empresa que está no centro da crise. 

 

Desde que o escândalo estourou - duas semanas atrás - Bangladesh, Brunei, Japão, Malásia, Filipinas, Cingapura, Taiwan, Burundi, Quênia e Gabão adotaram restrições às importações de laticínios ou de produtos que feitos com leite. A França proibiu a importação de biscoitos, balas e outros produtos que contenham derivados de leite chineses. Colômbia e Canadá também adotaram medidas para tentar evitar que produtos chineses contaminados sejam vendidos em seus mercados. 

 

A agência sanitária da Nova Zelândia disse que um tipo de balas da China vendida no país, a White Rabbit, continha doses perigosamente elevadas de melamina industrial e advertiu aos neozelandeses que vetassem o produto. 

 

Foi a mesma White Rabbit que a Tesco decidiu retirar das prateleiras ontem de suas lojas do Reino Unido, por, segundo a empresa, medida de precaução. O produto também teve sua venda suspensa nas unidades da Tesco na China e na Malásia - os únicos dois outros países em que rede vendia as balas. 

 

A Fonterra possui participação de 43% na Sanlu, produtora chinesa de laticínios cujo leite em pó foi o primeiro no qual se encontraram problemas. O grupo neozelandês havia reclamado no inicio do mês que a autoridades locais recusaram-se a ordenar a substituição dos produtos até que o governo federal em Wellington passou por cima de sua hierarquia e apelou a Pequim. 

 

Veículo: Valor Econômico


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