Grandes companhias disputam seguro garantia de rodovias

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O leilão de cinco novos lotes de rodovias paulistas promete esquentar a concorrência entre concessionárias candidatas para a gestão das estradas estaduais e também entre seguradoras que participam indiretamente das licitações. Estas empresas são fornecedoras de apólices que garantem o cumprimento das exigências do contrato de concessão, como investimentos em melhoria e manutenção e operação da malha rodoviária - o seguro garantia.

 

Em 29 de outubro, o governo de São Paulo abrirá os envelopes e serão conhecidas as novas concessionárias de 1.715 quilômetros da Marechal Rondon (trechos leste e oeste), Dom Pedro I, Raposo Tavares, Ayrton Senna e Carvalho Pinto. Vencerá a disputa quem oferecer o menor pedágio para o consumidor. Os contratos de con-cessão serão assinados pelo prazo de 30 anos, período em que as concessionárias serão obrigadas a investir cerca de R$ 8 bilhões.

 

A receita esperada ao término da outorga é de R$ 43,5 bilhões. O papel das seguradoras é oferecer um produto de seguro que dê respaldo ao plano de investimentos da concessionária proponente. De acordo com cálculos da JMalucelli Seguradora, líder no segmento seguro garantia, a apólice que acompanha a execução do empreendimento (performance bid) atingirá R$ 2,7 bilhões e prêmios anuais de R$ 40 milhões nos primeiros anos.

 

O vice-presidente da empresa, Alexandre Malucelli, elenca as vantagens que favorecem a seguradora paranaense a levar o leilão em parceria com a concessionária vitoriosa. "Temos experiência, atuamos desde o início das concessões rodoviárias [em 1996]; das 44 licitações já realizadas até aqui no País todo temos 55% dos clientes; detemos nove das 13 concessões feitas em São Paulo; contamos ainda com uma das taxas de sinistralidade mais baixas do mercado", afirma.

 

Além de todos esses pontos positivos, o executivo diz que o Grupo JMalucelli, com uma estrutura de mais de 30 empresas, entre elas um banco, uma construtora e a primeira resseguradora privada do País, tem a preferência das resseguradoras no momento de repartir os riscos da apólice do seguro garantia. "Isso nos dá vantagem competitiva, velocidade é tudo. Temos 12 resseguradoras nos apoiando", revela.
Disputa acirrada

 

Já na visão de Tatiana Moura, gerente de crédito e garantia da Marsh, a disputa será mais acirrada, pois com a abertura do mercado de resseguros, em abril deste ano, as seguradoras têm mais mobilidade para encontrar empresas resseguradoras disponíveis para compartilhar os riscos.

 

"Há um ano atrás, o IRB determinava essa partilha. Isso muda totalmente com a abertura do mercado, as seguradoras começam a brigar por preços de prêmios, que antes eram tabelados. É o primeiro grande edital no novo ambiente, as seguradoras não falam em guerra de preços, mas na prática eles vão se engalfinhar pela concessão, e os preços dos prêmios pagos pelas concessionárias deverão cair", explica Moura, que vai assistir à briga de um posto de observação privilegiado. Por ser uma corretora, a Marsh atua como consultora das concessionárias. "Nosso papel é assessorar as empresas a escolher a melhor proposta de seguro garantia e seguradora que oferece as melhores condições."

 

O especialista em seguro garantia Salazar Júnior, da Correcta Seguros, destaca que a JMalucelli tem boas chances no leilão das rodovias paulistas. "Foram os pioneiros desse mercado e quem sai na frente tem certa vantagem. Além disso, eles têm uma estrutura que permite assumir os riscos além da indenização, como usar a construtora do grupo para continuar determinada obra em caso de sinistros."

 

A Mapfre Garantias e Crédito, empresa do Grupo Mapfre Seguros, também concorre para angariar novas contas de seguro garantia com o leilão das rodovias paulistas. No ano passado, a empresa conseguiu as apólices de seguro garantia dos grupos espanhóis, entre eles o OHL, que venceram grande parte dos leilões de concessões de rodovias federais. Hoje, ela garante os investimentos de três empreendimentos.
"Participaremos do leilão paulista com os clientes espanhóis que apoiamos até hoje. Sempre acreditamos que podemos competir bem, mas não temos idéia da proposta da concessionária, é um segredo guardado a sete-chaves", Rogério vergara, da Mapfre.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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