Novos shopping centers apostam em sustentabilidade como diferencial

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Maior utilização de energia solar, reaproveitamento de água e gestão do consumo de eletricidade reduzem custos para os lojistas.

 

A nova leva de shopping centers previstos para serem inaugurados dentro dos próximos três anos  traz inovações em suas estruturas que permitem redução de custo para os lojistas. Os novos empreendimentos fazem melhor uso da energia solar, tratam e reaproveitam a água que usam e possuem sistemas mais eficientes para gestão da energia elétrica que consomem. Essas mudanças permitem redução de, pelo menos, 15% nas despesas de condomínio dos lojistas, segundo o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva.

 

Mudanças conceituais na construção dos empreendimentos permitem essa economia. Os shopping centers deixaram de ser aquelas caixas de concreto fechadas com lojas dentro. Os novos projetos, segundo o diretor da Alshop, são mais abertos, permitindo ambientes mais arejados e iluminados por luz natural.

 

Horário de pico – Essa alteração simples propicia menos gastos com iluminação e com a climatização dos espaços. O consumo é reduzido também pelo uso de geradores mais eficientes, que entram em funcionamento nos horários de pico, quando o preço da energia elétrica vendida pelas concessionárias é mais elevado.

 

O aquecimento solar é outro item que consta das plantas dos novos shopping centers e que também contribui para abrandar os custos dos lojistas com condomínio.

 

Além de reduzir as despesas, Silva lembra que essas mudanças nos projetos dos centros de compras abraçam a questão da sustentabilidade. "Essa é uma questão séria que, cada vez, mais ganha espaço entre os comerciantes", afirma  o diretor da Alshop. Esses conceitos tendem a aparecer nos 100 novos shopping centers que já estão em obras no País e prometem ficar prontos entre 2010 e 2012.

 

Os empreendimentos consumirão investimentos de, aproximadamente, R$ 8,9 bilhões, montante proveniente tanto de capital nacional quanto estrangeiro.  O Grupo Iguatemi, por exemplo, pretende investir R$ 300 milhões em revitalização e novas unidades, sendo três delas em São Paulo, uma no Distrito Federal e um no Mato Grosso do Sul. O Grupo Almeida Júnior tem previsão de destinar R$ 350 milhões para a construção de três centros de compras em Santa Catarina. O Grupo João Carlos Paes Mendonça vai injetar R$ 200 milhões no Salvador Norte Shopping.

 

Passada a crise, os investidores, que conseguiram se capitalizar no período de recessão mundial, se dedicam a emplacar seus projetos. E, assim, o segmento recupera o ritmo. No ano passado, os shopping centers faturaram R$ 75,59 bilhões em valores reais, ou seja, com a inflação descontada. O resultado foi 6,39% superior ao obtido em 2008.

 

Para 2010, com a nova leva de empreendimentos a serem inaugurados, há grande chance de o crescimento saltar para a casa dos dois dígitos.

 

Expectativa – Dados da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) aumenta mais essa expectativa. Monitoramento mensal feito pela entidade, mostra que as vendas cresceram 14,6% em março em comparação a igual mês do ano anterior. Vale ponderar que os dados da Abrasce são ligeiramente distintos dos divulgados pela Alshop. Pela Abrasce, em 2009, a alta no faturamento do setor foi próxima de 10%.

 

Hoje, segundo a Alshop, existem 711 estabelecimentos em operação no País, abrigando 94,3 mil lojas. A região Sudeste concentra 379 deles, ou 53,3% do total. Dos 100 novos centros de compras,  já em obras, 38 deles estão sendo levantados no estado de São Paulo. Desse total de novos empreendimentos paulistas, pelo menos 20 deles estão localizados na capital paulista.

 

Essa distribuição contraria as previsões de que o município de São Paulo não receberia mais shopping centers por estar saturada de empreendimentos desse tipo. "A cidade cresce e, com essa expansão, aumenta a necessidade da estruturação de novos centros de compra", diz Silva.

 

Mas o diretor da Alshop pondera que há cada vez menos espaço em São Paulo para unidades com mais de 500 lojas. "Os shopping centers menores agregam espaços para crescer. Caso a demanda exija, eles fazem ampliações."

 

Veículo: Diário do Comércio - SP


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