Venda de eletrodomésticos dobra em 5 anos

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Em 2005, consumidores compraram cerca de 9 mi de unidades entre geladeiras, fogões e lavadoras; em 2009, quase 20 mi


Famílias de menor poder aquisitivo compraram mais devido ao aumento da renda, ao crédito farto e a prazo maior para pagar

 

Crédito farto, prazos de financiamento mais longos e aumento da renda mais do que dobraram o consumo de geladeiras, fogões e lavadoras de roupas em cinco anos no Brasil.

 

Em 2009, segundo levantamento da Eletros, associação da indústria de eletroeletrônicos, quase 20 milhões de unidades desses produtos foram vendidas no país -recorde histórico do setor. Em 2005, esse número foi um pouco menos do que 9 milhões de peças.

 

Quem mais sustentou esse crescimento foi o consumidor de menor poder aquisitivo, que, com maior poder de compra, foi estimulado a gastar, já que teve mais acesso a crédito e a prazos de financiamento.

 

Motivado a adquirir produtos que consomem menos energia, o público de maior poder aquisitivo optou por renovar a linha de eletrodomésticos, segundo a Eletros.

 

Refrigeradores lançados nos últimos dois anos gastam metade do consumo de energia (23 kWh/mês) do que os modelos antigos (46 kWh/mês), segundo informam os fabricantes.

 

Apesar do fim do incentivo fiscal (redução do IPI) para produtos da linha branca, indústrias de eletrodomésticos estimam vender 10% mais neste ano em relação a 2009.

 

Se essa previsão se confirmar, os fabricantes do setor devem vender cerca 7 milhões de geladeiras, 3,7 milhões de lavadoras de roupas, 3,5 milhões de tanquinhos (também para lavar roupas) e 5,9 milhões de fogões em 2010.

 

"O setor de linha branca vive, sim, um dos seus melhores momentos. Quando o consumidor vê que o valor da prestação cabe no orçamento do mês, ele compra. No caso do público de renda mais alta, a troca de produtos tem a ver com o fato de que os produtos novos consomem menos energia", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros.

 

A cada cem lares brasileiros, 97 têm geladeira -na região Nordeste, 93% dos lares têm refrigerador. No caso dos tanquinhos, 44,6% dos lares possuem o produto -na região Nordeste são 24% das casas.

 

As lavadoras de roupas já estão presentes em 44% das moradias e, no caso das secadoras, em menos de 5%. Para os empresários, isso quer dizer que há ainda bom espaço para expandir as vendas no Brasil.

 

"Devemos bater novo recorde de vendas neste ano. Além da melhoria da renda, da oferta de crédito e dos prazos, é bom destacar que o consumidor não está se sentindo ameaçado no emprego", diz Armando Ennes Valle Jr., diretor de relações instituições da Whirlpool.

 

Para ele, outro fator que deverá contribuir para as vendas neste ano é a possibilidade de comprar eletrodomésticos em supermercados e pela internet.

 

Mais incentivo
Os fabricantes estudam com o governo um programa para troca de geladeiras com mais de dez anos de uso por modelos que consomem menos energia, com incentivo fiscal.

 

"Se [o programa] sair neste ano, será mais um fator para estimular a produção", diz o presidente da Eletros.

 

A Electrolux informa que está operando à plena capacidade. "Algumas linhas de refrigeradores bateram recorde de vendas em março deste ano, como é o caso dos modelos "frost free" (não precisam ser descongelados)", afirma Ricardo Cons, diretor da empresa.

 

Na linha de eletroportáteis, como ferros de passar e liquidificadores, também houve expansão nas vendas, segundo a Eletros. E as importações desse tipo de produto -que sofre forte concorrência dos produtos chineses- deram um salto.

 

"A importação está crescendo, mas dos produtos que não têm condições de serem fabricados no país. O polo de exportação dessa linha está na China", afirma Júlio Roberto de Landaburu, gerente de marketing da Black & Decker.

 

Veículo: Folha de São Paulo

 

 

 


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